País do faz-de-conta
Brasil assiste XXIV Festival de Pérolas e Abobrinhas de Salvador
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emA ala radical dos ativistas da Suprema Corte encontraram mais uma forma de exercer a militância política de esquerda: discursar em simpósios, congressos, seminários, conferências, reuniões de condomínio, comícios no coreto da praça pública, enfim, qualquer assembleia, no Brasil e no exterior, que lhes dê um caixote ou um tijolo para subir e praguejar contra o Brasil e o governo Bolsonaro.
Desta feita, reuniram-se em Salvador com a presença de vários correligionários da oposição. Além do anfitrião, lá estavam representando a toga vermelha Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes; dentre os penhorados na justiça, destacavam-se Renan “Calhorda”; seu filho do mesmo nome e mesmos crimes; Jaques Wagner, perdoado pelo STF no processo “quadrilhão fantasma do PT”; além do mega fofoqueiro Randolfe Rodrigues, que não podia perder esse “babado”.
O ministro Luiz Fux fez o discurso de abertura e, para não variar, exibiu seu sotaque de garoto de Ipanema, eivado de teorias ilusórias, digno de candidato a vereador em jantar filantrópico às vésperas de eleições municipais. Fux, que como seus antecessores pensa que comanda aquela delegacia de bairro viciada pela soberba e o egocentrismo de seus membros, afirmou que a magistratura brasileira faz uma “justiça caridosa”. Devia estar referindo-se às caridades feitas a criminosos do colarinho branco, terroristas internacionais, traficantes e outro clientes milionários ou com foro privilegiado.
Para fazer média, bem ao seu estilo, fingiu acreditar que “o Supremo foi criticado por decidir pela a decisão que impede a prisão em segunda instância, o que causou desprestígio ao judiciário brasileiro”. Na verdade, esse desprezo à própria jurisprudência foi apenas uma das dezenas de vezes em que renegaram a Constituição Federal para destruir a operação lava jato e devolver ao maior corrupto da história deste país a liberdade e a possibilidade de “voltar à cena do crime”.
Depois, o presidente do STF voltou às suas habituais abobrinhas, como se estivesse falando como representante da Corte americana: “Defendemos a igualdade. Defendemos a liberdade: de expressão, de ritos religiosos, de imprensa, de manifestação. Defendemos a segurança jurídica”.
Alexandre de Moraes afirmou que “a internet deu voz aos imbecis”. Esse canal de comunicação popular é bem mais útil e confiável do que certo plenário que dá voz a representantes de facção criminosa e a rábulas incompetentes apadrinhados por governantes corruptos.
Luís Roberto Barroso reclamou que teve que “gastar tempo discutindo a bobagem do voto impresso”. No entanto, não se importou em desperdiçar o tempo regiamente pago pela sociedade para defenderem a Constituição, discutindo duas vezes quem foi o campeão brasileiro de 1987.
Rodrigo Pacheco, o fantoche engomado, plantado propositalmente na direção da câmara alta do “Covil de Ali Babá”, refém dos benefícios do foro privilegiado, acusou o Executivo de impedir as lideranças do Legislativo e do Judiciário de solucionar os problemas do Brasil, afirmando que eles “tinham que defender a democracia de ataques populistas demagógicos e covardes”.
Rui Costa, que recentemente foi acusado de desvios milionários de verbas federais destinadas à compra de insumos e equipamentos no combate à pandemia de Covid-19, saiu-se com essa pérola: “destaco o quanto é importante para a consolidação de uma democracia uma justiça forte, independente, centrada no objetivo maior que é o interesse público do cidadão que mais precisa de justiça”.
Vivemos num país do faz-de-conta, onde a imprensa tradicional desinforma o cidadão, o político escolhido por ele olha apenas para o seu bolso e os ministros escalados para garantir sua soberania são políticos radicais sem eleitores e sem controle institucional de duas ações.
Falo agora àqueles isentões que votaram em Bolsonaro e agora fazem beicinho porque ele cheira o sovaco, palita os dentes em público e fala palavrões. Não esqueçam que Bolsonaro é o pé de cabra que a sociedade utilizou para arrombar a ratoeira. A cruzada do mito ainda está longe de terminar.
Para dificultar ainda mais sua trajetória rumo à salvação da Nação, veio a pandemia, à qual assim se referiu o larápio de nove dedos: “ainda bem que a natureza criou o monstro do coronavírus”. Na verdade, a pandemia foi obra do capeta que, de quebra, ainda inventou um guerra entre a Rússia e a Ucrânia para provar a capacidade do Brasil de vencer desafios e testar se Deus é realmente brasileiro.