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Brasil do ar puro, alto astral e mais leve incomoda “patriotas”

Antes de qualquer coisa, perdão pela insistência no tema. Melhor seria estar escrevendo a respeito das novidades do mercado gastronômico, das contratações dos grandes clubes para o Brasileirão de 2023 e da provável vitória da Seleção Brasileira no jogo desta sexta, 9, contra a Croácia. Entretanto, sou instigado gratuitamente a novamente tentar mostrar aos “patriotas” sobre o conceito do limite. Sei que perder realmente é difícil. Todavia, é preciso que todos saibam que o espaço de um termina exatamente onde começa o do outro. Mesmo votando por exclusão, me sinto vencedor da eleição presidencial. Por isso, é natural que cobre respeito à minha alegria de brasileiro defensor da democracia, que reputo como o bem maior da sociedade.

Sem a intenção de ser grosseiro, a insistência dos chamados bolsonaristas raiz em permanecer defronte aos quartéis dos grandes centros tem três sinônimos: falta do que fazer, saudades dos tempos de recruta e paixão pelo quepe. Quem sabe pela farda. Se for por tudo isso, aí o negócio fica sério. Não adianta querer mudar o que está posto. Ainda que os “patriotas” adorem dizer que a direita é maior do que a esquerda, Luiz Inácio ganhou a eleição, será diplomado no próximo dia 12, afastará os urubus e carcarás da Praça dos Três Poderes e, com ou sem a faixa presidencial, subirá pela terceira vez a rampa do Palácio do Planalto. O próprio Bolsonaro já se conscientizou disso. Tanto que desapareceu nos porões do Alvorada. Está calado, pois não sabe o que dizer para seus patéticos seguidores.

Para o bem da nação, o ideal é que esse pessoal parasse de cuspir na própria sombra e começasse a se tocar que nossas semelhanças deveriam chamar mais atenção do que nossas diferenças. É fato que, após a derrota, o tenente e seus insurgentes vislumbram a ruína nacional. Faz parte do show do Jair. Porém, dentro da margem de erro de dois para cima e dois para baixo, em algum momento do caos social em que estamos metidos há de reinar a paz, a justiça e o amor, em detrimento do ódio e do rancor visceral. Acreditem que não sou de esquerda, tampouco de direita. Talvez feche com o centro. Daí a razão de comumente me manifestar contra as coisas que fazem mal ao coração e a alma. E que Deus acima de todos tome conta de tudo.

Pouco importa minha ideologia, na medida em que, seja quem for o presidente da República, minha preocupação sempre será a democracia. Por isso, meu inconformismo ao político (?) Jair Messias e a quem defende seus métodos. Aliás, não preciso ser extremista para ser contrário a um mandatário eleito com um discurso do bem, mas que só propôs o mal. Provavelmente tenha sido ótimo para aqueles que rezam na mesma cartilha do ódio e do preconceito. A maioria do eleitorado percebeu a tempo onde o Brasil ia parar. Afinal, “pode-se enganar a alguns o tempo todo e a todos por algum tempo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo”.

A deturpação de conceitos é própria dos menos sábios. Por exemplo, o que tem a ver a grandeza de um clube ou de uma entidade com a mediocridade dos coirmãos. A torcida é para que todos sejam grandes. Se não são, a culpa não é daquele bem gerido. Tido e havido como “comunista”, Luiz Inácio jamais seguiu os ensinamentos de Josef Stalin ou de Vladimir Ilyish Ulianov, mais conhecido pelo pseudônimo Lenin. No entanto, bastou um tal Donald Trump surgir para o mundo com propostas megalomaníacas, supremacistas e de controle social para que um brasileiro de pouca sabedoria se autodenominava mito e imaginasse o Brasil como um feudo familiar, com ramificações na elite soberba e insipiente que ele pensou comandar com o chicote ungido pelos pastores mais chegados.

Os estereótipos que tentam me imputar não me atingem. Pelo contrário. São a demonstração mais cristalina de que escrevo sobre verdades. Por isso, incomodo. Lamento informar, mas realmente o vento virou. Apesar do despropósito dos baderneiros sem causa, desde 31 de outubro o Brasil tem um astral mais leve. O ar que respiramos hoje é mais puro, assim como mais fluidificado e bonançoso é o futuro que se avizinha. No mar tenebroso em que se transformou o país, a fé deveria ser a bússola para o comandante do navio errante. Não foi. Por isso, ele está a pique. Ainda há tempo para evitarmos o naufrágio. Enquanto aguardamos o novo timoneiro, paz na consciência é o melhor travesseiro para o sono da tranquilidade.

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