Um jogaço para marmanjo nenhum colocar defeito. Foi assim a partida entre as seleções femininas de futebol do Brasil e da Holanda, na manhã deste sábado, 24, em Tóquio, em mais uma disputa na corrida pela Medalha de Ouro dos Jogos Olímpicos. Foi um grande teste e com o resultado, as duas rivais lideram o Grupo F com quatro pontos. China e Zâmbia, que empataram por 4 a 4, somam um ponto.
O resultado deixa a seleção brasileira muito perto das quartas de final. Agora só será preciso de um empate no último jogo, diante da Zâmbia. O jogo será na próxima terça-feira, às 8h30, em Saitama. O time brasileiro só não avança se houver uma grande zebra.
Com boa atuação de Ludmila, que entrou no segundo tempo, o Brasil controlou boa parte do jogo diante a vice-campeã mundial, atual campeã europeia e uma das favoritas à disputa por medalha. A atacante Marta fez seu terceiro gol em Tóquio e chegou ao seu 13º na história olímpica. A camisa 10 se aproxima de Cristiane, artilheira máxima dos torneios olímpicos com 14.
O Brasil começou a partida em dificuldades. A Holanda conseguiu a vantagem no placar no primeiro ataque, aos 2 minutos. Erica tentou se antecipar na disputa com Viviane Miedema, mas perdeu. A holandesa girou e finalizou bem para abrir o placar. Belo gol da artilheira na falha de marcação do Brasil no centro da área.
Mesmo com certa lentidão na saída da defesa para o ataque, o Brasil soube reagir e conseguiu criar boas jogadas para tentar empatar. Teve posse de bola, aproveitando os espaços dados pelo time holandês. A mobilidade do ataque, principalmente com Debinha, conseguiu confundir a defesa rival. Esse setor se mostrou o ponto fraco da atual campeã europeia e vice mundial.
Essa boa atuação levou ao empate aos 15 minutos. Após boa jogada na linha de fundo de Duda, Debinha chutou rasteiro para igualar. O gol foi a consequência de uma bela atuação da atacante que é a artilheira da “era Pia” com 14 gols.
O Brasil apresentou problemas na parte defensiva, principalmente pelo lado direito. Foi em cima da zagueira Bruna Benites, improvisada como lateral, que a Holanda mostrou seu grande poder ofensivo. O Brasil respondia na força da jogada aérea. A virada quase veio no final do primeiro tempo com bela cabeçada da Rafaelle.
A técnica Pia Sundhage conseguiu mudar o panorama da partida com as substituições no segundo tempo. A entrada de Ludmila no lugar de Bia Zaneratto, por exemplo, deixou a seleção mais veloz, com maior mobilidade pelo lado direito. Sempre levando vantagem sobre a marcação, Ludmila fez com que o Brasil sempre rondasse a área rival.
A Holanda fez o segundo gol quando estava acuada na partida. Após cruzamento, Miedema fez de cabeça – a goleira Bárbara falhou. Novamente, a atacante levou vantagem e chegou aos 74 gols com a camisa laranja. Principal opção ofensiva do Brasil, Ludmila sofreu pênalti, convertido por Marta. A camisa 10 se aproxima do posto de maior artilheira da história olímpica. Ela só precisa de mais gol para igualar a marca de Cristiane, que tem 14 gols e não foi convocada.
Aos 22 minutos, Ludmila conseguiu carimbar de vez sua boa atuação marcando seu próprio gol. Na falha da zagueira Nouwen, que atrasou mal, Lud driblou a goleira Van Veenendaal e marcou. Quando o Brasil se preparava para recuar as linhas de marcação para atuar no contra-ataque, a Holanda busca a igualdade. Em bela cobrança de falta, Jannsen colocou no ângulo da goleiro Bárbara. Mérito da holandesa.