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Um sonho de liberdade

Brasil encantado na esfera política também tem o bom, o mau e o feio

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo* - Foto de Arquivo

Queiram ou não, o Adorável Trapalhão é o dono do palco chamado Brasil. Na coxia, Zeca Diabo e Tieta do Agreste se associam ao Sassá Mutema da Argentina para se aboletar, sem ser convidado, no Planalto. Sem espetáculo algum para apresentar, o Odorico Paraguaçu da CBF tenta inaugurar o cemitério do futebol nacional, o que já foi o melhor do mundo. Virou o pior porque os jogadores resolveram virar artistas e passam horas no tatuador, no cabeleireiro, na manicure, no aparador de contorno e de sobrancelhas e escolhendo brincos. Por isso, esquecem de jogar. É um país imaginário? Não! É o Brasil real que novamente nos é oferecido. E assim vai varrendo, vai varrendo, sempre sob o olho grande de atentos “patriotas” e de valentes democratas. Mesmo com a Terra em Transe, todos seguem se arrastando pelo chão rumo à Terra do Nunca.

Quem sabe com destino ao Mundo Encantado de Monteiro Lobato. Seja lá para onde for, após os 7 a 1 da Alemanha, o Brasil de hoje mais parece uma Terra à Deriva, tipo Assim na Terra Como no Inferno. À direita e muito menos à esquerda, a gente acorda pensando estar no Domingão, mas quando levanta percebe que está no Caldeirão. E mais uma vez, o povo vai varrendo, vai varrendo, imaginando que a vida no Brasil varonil é uma eterna brincadeira de criança. As três figuras brasileiras de proa da atualidade podem ser incluídas no balaio do Bom, o Mau e o Feio. Mesmo não merecendo superlativos, o bom está muito longe de ser o Homem de Ferro, mas é Iluminado, embora mal-amado pelos que se acham bons. Até a boca de adjetivos, o mau todos conhecem, porque ele se acha o próprio Forrest Gump e não admite a hipótese de não ser ótimo. Na verdade, está mais para Freddy Krueger.

Sobre o feio, o Coringa dos gramados, há pouca coisa a dizer. Um zero à direita como dirigente de futebol, conseguiu a proeza de levar a Seleção Brasileira a continuados e vergonhosos fracassos, alguns dentro de casa. Jogadores sem frescura, treinadores e torcedores sonham com Odorico Paraguaçu embarcando com seus atletas e asseclas na nave Interestelar, antes que ele se transforme no Exterminador do Futuro do esporte bretão no Brasil. Enfim, a Linha Vermelha está por um fio, pois o Poderoso Chefão, aquele que se imagina O Senhor dos Anéis, ainda se acha o rei da cocada preta, o Salvador da Pátria, o Batman tupiniquim, também conhecido como O Cavaleiro das Trevas.

Só ele não sabe que, depois que sua extensa Lista de Schindler às avessas foi avaliada pela Polícia Federal, o eleitorado brasileiro aguarda somente O Veredicto do xerife Xandão. E não adiantam mais os chiliques de seus Cães de Aluguel, pois O Vento Será Tua Sentença. Torça para que, no fim e ao cabo, a Embaixada da Hungria possa lhe oferecer o Grande Hotel Budapeste. O Sol é Para Todos. No entanto, no Brasil da realidade O Sol da Meia Noite permanece vivo, aguardando a chegada da Lua Nova para que voltemos a viver Um Sonho de Liberdade. O Titanic do futebol afundou com um amontoado de pernas de pau. Os Dez Mandamentos hoje são um só: evitar o retorno do Cinderelo Trapalhão. A Tropa de Elite deve estar atenta com os passos do Avatar. Se eu Fosse Você, também ficaria. Apaguem as luzes, torçamos pelos hermanos e The End.

*Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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