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Handebol

Brasil encerra participação em mundial em 18°

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Autor/Imagem:
Lincoln Chaves

A participação do Brasil no Campeonato Mundial de Handebol Masculino deste ano, no Egito, chegou ao fim com a vitória por 37 a 17 sobre o Uruguai, pela última rodada da segunda fase. Foi o primeiro triunfo da seleção brasileira na competição, da qual se despediu com dois empates (ambos na primeira fase, contra Espanha e Tunísia) e três derrotas (Polônia, Hungria e Alemanha). O time verde e amarelo finalizou o torneio na 18ª posição.

A vitória contra o Uruguai foi a mais elástica do Brasil em um Mundial. O pivô Rogério Moraes foi eleito o melhor jogador em quadra e assinalou cinco gols, assim como o ponta Rudolph Hackbarth. O artilheiro da partida foi o lateral José Luciano, com sete gols, todos no segundo tempo.

A trajetória brasileira foi turbulenta. Antes do embarque para o Egito, o armador e capitão Thiagus Petrus, o goleiro Leonardo Ferrugem, o técnico Marcus Tatá e outros três membros da comissão foram diagnosticados com o novo coronavírus (Covid-19). Na África, o ponteiro Felipe Borges e o pivô Guilherme Santista também testaram positivo. Ainda em Portugal, onde a equipe realizou um treinamento anterior à viagem, o elenco já havia tido dois cortes por lesão, do pivô Matheus Francisco (substituído por Santista) e do lateral Gabriel Ceretta.

Fora de quadra, o cenário conturbado da modalidade também impactou na preparação. De 2019 para cá, a seleção masculina trocou de técnico três vezes. As mudanças se deram em meio a disputa política pelo comando da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). A última mudança foi em dezembro, quando Ricardo Luiz de Souza, o Ricardinho, renunciou à presidência em exercício da entidade. Ele já estava suspenso pelo conselho de ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por uma acusação de assédio moral e sexual.

O Mundial serviu de preparação para o Pré-Olímpico, entre 12 e 14 de março, na Noruega. Além dos anfitriões, vice-campeões mundiais em 2017 e 2019, os brasileiros terão pela frente Coreia do Sul e Chile. Os dois primeiros colocados vão à Olimpíada de Tóquio (Japão). Os chilenos, aliás, são rivais entalados na garganta do Brasil. A derrota para eles na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru), em 2019, levou a seleção nacional a depender dos títulos continentais de Egito e Espanha para conseguir a vaga no torneio em solo norueguês.

Sem o Brasil, o Mundial prossegue nesta quarta-feira (27), com as quartas de final. Atual campeã, a Dinamarca encara o anfitrião Egito. Tetracampeã do mundo, a Suécia mede forças com o Catar. A Espanha, campeã europeia, duela com a Noruega. Já a França pega a Hungria. As semifinais estão previstas para sexta-feira (29) e a decisão para domingo (31).

Polêmica
A última rodada da segunda fase foi marcada pela revelação de supostos 12 casos de intoxicação alimentar no time da Eslovênia, que teriam ocorrido no domingo (24), um dia antes da partida decisiva contra o Egito. Em nota, a Federação Eslovena de Handebol (RZS, sigla em esloveno) disse que três dos jogadores não tiveram condição clínica de atuar e “o desempenho dos outros nove certamente foi inferior do que em circunstâncias normais”. O empate por 25 a 25 eliminou os europeus e classificou os africanos, donos da casa, às quartas de final.

“Gostaríamos de sublinhar, de forma muito clara, que não alegamos que a situação ocorrida tenha sido provocada intencionalmente. No entanto, não podemos evitar o fato de que os atletas passaram mal. Como outras seleções também ficaram no mesmo hotel [Mariott Cairo] e sob as mesmas condições, que eram muito adequadas, é extremamente difícil dizer o que realmente aconteceu. Além disso, gostaríamos de frisar que a delegação utilizou exclusivamente a comida do buffet do hotel e dos serviços de quarto (pizzas, etc.) e bebeu apenas água engarrafada”, relatou a federação.

Também em nota, a Federação Internacional de Handebol (IHF, sigla em inglês) afirmou que uma investigação foi aberta. Segundo a IHF, um atleta da seleção europeia se apresentou à emergência do hotel com “problemas estomacais e diarreia”, sendo medicado. Ainda conforme a entidade, o chefe da delegação disse que “14 jogadores tiveram os mesmos sintomas, assim como em outras equipes”, e que a comida do local teria sido adulterada”. O médico do time esloveno, porém, não teria liberado os atletas do país para serem examinados.

“A IHF não recebeu nenhuma reclamação oficial de nenhum participante relacionada à alimentação servida durante o evento. Pelo contrário: a delegação de Belarus, acomodada no mesmo hotel e que compartilhou o mesmo buffet [que os eslovenos], não teve nenhum problema desse tipo”, descreve a nota da federação internacional.

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