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Brasil evita bola dividida na guerra da Rússia e Ucrânia

Brasília (DF) 26/06/2023 - O assessor especial da presidência, Celso Amorim, durante visita do presidente da Argentina, Alberto Fernández. Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Tomar decisões políticas sem a presença da Rússia sobre o conflito na Ucrânia é um absurdo, disse no fim de semana ao canal de televisão RBC a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

No final de semana, a Arábia Saudita sediou uma cúpula sobre a paz na Ucrânia na cidade de Jidá. Diversos países foram convidados, principalmente os que compõem o Sul Global, uma vez que o encontro visou aproximar essas nações da perspectiva norte-americana e europeia sobre o conflito.

“Resolver a situação no terreno e endossá-la no nível político […] sem a participação da Rússia é um absurdo sem sentido”, afirmou a diplomata, acrescentando que discutirão uma situação, que “não foi causada pela Rússia, mas pelo Ocidente”: “Aqui há um amplo espaço para a criatividade”, complementou.

O Brasil foi convidado a participar do encontro e confirmou sua presença. Entretanto, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse que as expectativas para que se resolva algo “são pequenas”. Ou seja, ecoando as palavras da representante de Moscou, Amorim deixou colaro que o Brasil não entrará em bola dividida nesse assunto.

O ex-chanceler explicou que a reunião na Dinamarca, promovida anteriormente ao encontro convocado pelos árabes, não avançou porque havia uma expectativa de Kiev de que se chegasse a um consenso sobre a sua própria proposta de paz, indicando que algo parecido poderia acontecer na cúpula de Jidá.

Para o diplomata brasileiro, não se discute parte sem a presença de uma das partes envolvidas. Moscou não foi convidada para o evento. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu, que a Rússia acompanhou de perto essas negociações e saudou qualquer tentativa de promover uma solução pacífica para a crise na Ucrânia. Desde claro, que tenha acesso às pequenas letras que costumam aparecer ao pé da página.

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