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Brasil lava a alma com a Lava Jato. Mas, como fica o grupo dos investigados?

João Moura

Afinal, o que move o Brasil? A economia?! A política?! A crise de representatividade que estamos vivendo, com os principais representantes do país (Senado, Câmara, Presidência da República, Supremo Tribunal Federal…)?! A crise, que não nasceu política, tem agora a política como porta de saída?!

Na sexta-feira, 4, Luís Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, foi levado coercitivamente para depor na Polícia Federal. Um acinte?! Um desrespeito?! O que isso representa para o Brasil? E para o mundo?

No Brasil, podemos dizer que o país estará caminhando rumo ao Nirvana. Aos olhos do mundo, podemos observar que não há sociedades puras. Não há nenhuma possibilidade de constituir uma sociedade de puros.

Percebe-se também que a reação anti-institucional de Lula e de seus aliados às ações da PF e do MP sugere que eles não estão compreendendo o Brasil, e, mais ainda, que eles estão deixando de ser contemporâneos dos atuais brasileiros: Jovens que estão dizendo “basta!” àqueles (políticos, empresários, oportunistas, alpinistas, arrivistas – com ou sem partido político) que só pensam em conveniências e acordos espúrios.

Quem são esses jovens que estão movendo o Brasil?

Em 2013, os movimentos das ruas foram tão barulhentos quanto esquecíveis. Não tiveram uma praticidade de reconstrução do Brasil. Hoje, promotores, procuradores, policiais federais, auditores da Receita Federal, sobretudo os mais jovens — mas não só eles, é claro —, são pontas de lança das mudanças cruciais que se vislumbram no Brasil. É como se, a partir de determinado momento, percebendo a força das leis — “que são boas, só não são aplicadas”, tais jovens tenham decidido mudar a nação. Num movimento silencioso, porém mais fortes que aqueles barulhentos — das ruas, de três anos atrás.

Nós brasileiros precisamos entender que uma mudança está em curso. Mas é salutar, também, que se diga para a imprensa que tenha mais cuidado ao sugerir que seja feita a depuração de governos (seja do PT ou outro qualquer). Uma sociedade melhor é possível, mas não uma sociedade perfeita. Uma dose de realismo é vital para evitar pileques de decepção. Entretanto, uma depuração total, por meio de mudanças radicais, é impossível na sociedade democrática.

A certeza que temos é que uma revolução jovem está movendo as instituições do País. Mas não devemos nos iludir sobre o que são os indivíduos, o poder político e suas poderosas conexões sociais.

O que move o Brasil hoje, é a prova de que, com competência e lisura pessoais e profissionais, além de coragem — que pode ser chamada de cívica —, é possível enfrentar o poder da ilegalidade, que é sólido e substanciado, inclusive por advogados do mais alto gabarito.

Em relação ao episódio do ex-presidente, é preciso colocar todos como “iguais” perante a lei.

Uma Moral para a história do Brasil: Os jovens que estão denunciando e penalizando integrantes do PT e criminosos de outros partidos, e até sem partidos, sabem que não podem ser removidos pelos poderosos, e não são controlados partidária e ideologicamente por nenhum grupo. Quando esses jovens que estão movendo o Brasil, investigam o PT, são vistos como tucanos. Quando investigam o PSDB, são vistos como petistas. No fundo, são cidadãos que querem que os demais se comportem como cidadãos. Eles estão provando que o país tem jeito e estão fazendo a sua parte.

E nós, demais brasileiros?! Resta-nos fazer nossa parte também!

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