Está na hora de desmascarar quem atenta contra o estado democrático de direito. Há políticos íntegros. E a classe não pode ser idiotizada.
O momento é de reflexão.
É preciso ter coragem para assumir posições. A imprensa livre não pode viver a reboque de veículos que usam de dois pesos e duas medidas para satisfazer supostos interesses contrariados.
Após enfrentar um processo de demonização, contribuindo mesmo para que esse quadro se desenhasse, e estando praticamente no fundo do poço, nossos políticos recebem de mão beijada – para usar um jargão popular -, a oportunidade de ‘aparecer bem na fita’.
No momento em que se discute a denúncia contra o presidente Michel Temer, os congressistas, e em particular os deputados, hoje alvos dos olhares da sociedade, precisam agir de maneira correta, seguindo os ditames da lei. Lei por eles criada, mas que parece desvirtuada pelo órgão que deveria fiscalizá-la.
Não se pode ceder a um câncer da comunicação, que corrói os mais caros valores da sociedade brasileira.
Os fatos existem.
1. Por interesses ainda não revelados, mas certamente espúrios, o senhor Rodrigo Janot ofereceu denúncia contra o senhor Michel Temer, não sem antes anunciar que prepara mais duas representações a serem apresentadas em um futuro próximo. O que se vê é um inexplicável objetivo de desgastar a imagem do presidente da República;
2. Para esse desgaste de imagem, o senhor procurador-geral parece contar com veículos que exploram a boa fé de incautos, que assistem e absorvem o que veem e ouvem. Sem parar para pensar, o telespectador-leitor aceita uma lavagem cerebral de meias verdades, que são também meias mentiras.
A queda do presidente da República não está concretizada. Falta a cumplicidade oportunista de tucanos que se aliam aos interesses do lulopetismo para continuar no poder. Esquecem, porém, que na próxima semana serão eles os alvos.
A receita fica completa com a escolha de alguém fantasiado de jurista para relatar o pedido. Arma-se o golpe sob os aplausos do procurador-chefe, do PSDB, do lulopetismo e de veículos que, repita-se, têm interesses não atendidos.
Juristas independentes, imparciais, atestam que a denúncia é de uma escandalosa ilegalidade, fundamentada num flagrante preparado por um meliante de alta periculosidade protegido pelo braço estatal representado pela Procuradoria Geral da República. Foi ali que urgiram uma absurda e inexplicável imunidade penal.
Misturados os ingredientes, desenharam o cenário ideal para o golpe, que está prestes a ser lançado ao forno.
A Câmara tem a oportunidade de recolocar o Ministério Público em seu devido lugar. É preciso mostrar que o MP é instituição essencial para o estado democrático de direito, mas não é um dos Poderes da República.
Os deputados precisam, urgentemente, assumir corajosamente seu verdadeiro papel de defender a legalidade como instrumento fundamental da cidadania. Ou agem assim, ou continuam se acovardando diante de uma aliança inusitada, ilegítima e imoral firmada entre golpistas.
Foi-se o tempo em que o Quarto Poder era visto como veículo para apoiar e derrubar governos.
A palavra de ordem é cautela.
O Planalto precisa de fôlego para fugir da paralisia que lhe tem sido imposta. Alguém precisa trabalhar em favor da população. E os deputados precisam levar isso em consideração.