O presidente Michel Temer se reuniu ontem (14) com membros do seu gabinete com o objetivo de planejar uma “grande ação humanitária” na fronteira com a Venezuela, a fim de atender milhares de imigrantes que fogem da crise nesse país.
“Trata-se de uma ação em apoio aos imigrantes” e “necessária para atender um êxodo que é provocado pela fome que sofrem hoje os venezuelanos”, explicou o ministro da Secretaria de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, um dos presentes na reunião.
Segundo o Etchegoyen, o Brasil tem “o dever” de atender a esse fluxo migratório em massa, que nos últimos meses levou cerca de 40mil venezuelanos a radicar-se em Boa Vista, capital de Roraima, que já tinha 320 mil habitantes.
Etchegoyen afirmou que a situação é de uma “gravidade inédita” e que o governo brasileiro deve garantir o amparo dos que chegaram da Venezuela, mas também o atendimento social de toda a população, que se ressentiu com a chegada dos imigrantes.
Na reunião também estavam presentes os ministros da Justiça, Torquato Jardim, e o da Defesa, Raul Jungmann, que na última segunda-feira, ao lado Etchegoyen, acompanharam o presidente Temer em uma visita a Boa Vista.
Jungmann reiterou que as Forças Armadas ampliarão sua presença na fronteira com a Venezuela, mas esclareceu que “não para impedir a chegada dos venezuelanos”, mas para “exercer um melhor controle sobre essa região” e identificar as necessidades dos que cheguem.
O ministro da Defesa também disse que em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela e principal ponto de entrada dos venezuelanos, será instalado um hospital de campanha militar a fim de auxiliar a rede de saúde pública dessa cidade, que tem somente 10 mil habitantes e cujos serviços se viram sobrecarregados pela imigração em massa.
Os ministros indicaram que essas medidas serão tombadas em um decreto que será publicado nesta quinta-feira e não descartaram que possam ser adotadas outras medidas para “ordenar” o fluxo migratório que provocou a severa crise política, social e econômica vivida na Venezuela.