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Brasil precisa mudar antes que vire terra de Odorico Paraguaçu

Ainda que seja só de uma lorota para outra, a ordem mundial para o Brasil é mudar para mudar. Ou mudamos já ou corremos o sério risco de nos aproximarmos cada vez mais da Sucupira de Odorico Paraguaçu. O Brasil de Jair Messias, com ajuda de meia dúzia de fanáticos desvairados, não consegue ultrapassar a página dois da ficção. O planeta é globalizado, mas a Terra Brasilis atinge o cúmulo da estupidez ao deixar vazar para o mundo os dois brasis de Bolsonaro. Um – o real -, é o da fome, do desemprego, do Centrão no comando do Orçamento da União, da milícia dominando o Rio de Janeiro, do crime organizado determinando leis na Amazônia, da Covid e seus 686 mil mortos e do golpismo grassando diariamente entre nós.

O segundo Brasil é o da pátria paralela, no qual sobressai a mentira e reinam a farsa e a perversidade. Nesse país do desenho animado, não há corrupção, a inflação é quase zero, sobram empregos, a Procuradoria-Geral da República é isenta, o povo vive em perfeita harmonia e, graças ao altruísmo herdado de Judas, os poderosos nascem, crescem e morrem preocupados exclusivamente em livrar as massas da manipulação dos pobres. Eita país maravilhoso! De tão feliz com o que experimento no dia a dia, não voto nele, mas sou capaz de torcer para o mito ganhar as eleições de outubro. Seria sua herança maldita administrar o caos que ele mesmo inspirou e criou.

Não é injusto imaginar um castigo dessa magnitude. Afinal, ao lado dos conhecidos abutres do Congresso, ele teria de buscar as fórmulas que nunca tentou encontrar para tirar parte dos 213 milhões de brasileiros do fundo do poço. Digo parte porque os bolsonaristas adorariam viver à beira do abismo. Esse tipo de fetiche faz parte da natureza de quem idolatra mitos, duendes, fadas madrinhas e capetões do além. O povo sensato e do bem sabe que os rios não bebem de sua própria água e que as árvores não comem seus próprios frutos. Também sabem que a vida é boa quando se está feliz e que o melhor é estar longe de pessoas que nunca reconhecem o valor alheio.

Felizmente há o Brasil sem sombras. Antes que acabe, é com esse que eu fecho. Triste da nação em que candidatos à Presidência não têm o que dizer ou mostrar à sociedade que supostamente representa. Temos um que já deveria estar no Guinness World Records do besteirol. Pior ainda é o país onde os fanáticos, naturalmente invejosos, debocham das propostas e das ideias dos adversários. E o que dizer da pátria amada na qual sobram ódio, loucuras econômicas, denúncias vazias e fraudes administrativas? Na mesma proporção, faltam civilidade, vergonha, harmonia, paz e, sobretudo, operadores de governo.

É o fim do mundo? Não, mas com certeza será o do Brasil caso continuemos sendo palco para encenações de líderes absolutamente desprovidos de conhecimento político ou de sapiência social. Por isso, rogo para o Deus que está verdadeiramente acima de tudo e de todos para que esteja sempre à frente de nossos planos. Que Ele seja a inspiração de nossos ideais e abençoe cada uma de nossas escolhas, preferencialmente a deste domingo 2 de outubro. Mesmo mantendo a sucupirana inocência, que consigamos coroar um rei realmente comprometido com as causas da sociedade.

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