Brasil reage nas Eliminatórias e bate seleção da Venezuela por 3 a 1
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emNada como uma Venezuela pela frente para dar um refresco à seleção brasileira. A equipe entrou em campo sob pressão nesta terça-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza, mas a vitória por 3 a 1, a primeira nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia, traz um pouco de tranquilidade ao técnico Dunga e seus comandados. O Brasil novamente esteve longe de empolgar, não cumpriu o desejo de brindar a torcida – o público, aliás, de 38.970 pagantes, decepcionou – com bom futebol. Chegou a levar susto, mas fez a obrigação.
O time até melhorou em relação à desastrosa estreia contra o Chile. Esteve melhor posicionado em campo, pressionou o adversário – muito mais fraco que os chilenos, ressalte-se – e movimentou-se mais. No entanto, terá de evoluir muito para o próximo confronto. Afinal, o adversário do dia 12 de novembro será a Argentina, em Buenos Aires.
Dunga surpreendeu ao escalar o goleiro Alisson no lugar de Jefferson. O goleiro do Botafogo já vinha desagradando ao treinador desde a Copa América e o lance do primeiro gol do Chile na semana passada selou sua sorte. Onze dias depois de completar 23 anos, o goleiro do Internacional fez a sua estreia na seleção, demonstrou nervosismo, mas não comprometeu.
Filipe Luís no lugar de Marcelo era previsível, pois tinha o objetivo de liberar Elias para avançar. E Marquinhos no lugar do contundido David Luiz era certo. Ricardo Oliveira na vaga de Hulk, segredo que guardou a sete chaves, deu mais presença de área à seleção. Mas o treinador, que ensaiou colocar Lucas Lima no meio de campo, para tornar o time mais veloz e agressivo, insistiu com Oscar. E Oscar continuou insistindo em jogar mal.
Pode-se dizer que o jogo já começou com 1 a 0 para o Brasil. Foram precisos apenas 36 segundos para Willian penetrar na área, chutar e o goleiro Baroja colaborar, espalmando para dentro do gol. Detalhe: o lance do gol nasceu de uma roubada de bola de Luiz Gustavo na intermediária venezuelana. Marcar pressão na saída de bola do adversário foi um dos pedidos de Dunga aos seus jogadores.
O gol serviu para eliminar qualquer risco de intranquilidade. Deixou a equipe à vontade na Arena Castelão. Marcando pressão na saída de bola, jogando no campo do adversário. Os jogadores faziam uma das muitas coisas que faltaram contra o Chile: movimentavam-se. O Brasil pressionava. A pressão, porém, não resultava em muitas chances de gol criadas.
Willian estava muito bem na partida, em um contraste com seu companheiro de Chelsea. Oscar estava apagado, perdido. Até teve a solidariedade, em um lance aos 30 minutos em que Douglas Costa poderia ter feito o gol, mas atendeu ao pedido insistente de Oscar e lhe passou a bola. Sozinho, na frente do gol, ele se enrolou a perdeu a chance, tirando Dunga do sério.
Com o passar de bola, o toque de bola brasileiro diante da fechada Venezuela foi irritando a torcida. Menos mal que assim que saíram as primeiras vaias, tímidas, aos 41 minutos, Filipe Luís fez grande jogada pela esquerda e rolou rasteiro para Willian, após corta-luz de Oscar (sua única boa jogada na etapa), fazer 2 a 0. O espírito festeiro da torcida cearense voltou na hora.
A seleção tentou manter o ritmo na etapa final. Mas encontrava dificuldade de conclusão. E quando teve grande chance, não concluiu em gol. Quem vacilou? Oscar, que acabou com a paciência da torcida – pediu Kaká – e de Dunga.
Até porque pouco depois de Oscar perder a chance de definir o jogo, a Venezuela fez seu gol, com Christian Santos, após um escanteio e a mais uma das falhas da zaga brasileira. Dunga, então, trocou Oscar por Lucas Lima, que deu mais dinamismo ao time. Logo sairia o terceiro: cruzamento de Douglas Costa e gol de cabeça de Ricardo Oliveira.
A partida estava decidida e Dunga, quem diria, se preocupou em agradar à torcida. Colocou Kaká em campo, para delírio dos torcedores, e depois também Hulk, o que fez galera explodir de vez. E tudo terminou em festa, em alegria, com a torcida gritando “olé”. Mas não é demais lembrar: o próximo desafio é na Argentina. Ainda bem que Neymar volta.