O boletim oficial do Ministério da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil registrou mais 1 mil 269 casos fatais nas últimas 48 horas, elevando o número total de mortos para 46 mil 510. No mesmo período foram anotadas mais 32 mil 188 pessoas infectadas pela Covid, passando o número de casos acumulados para 955 mil 377.
Para a Organização Mundial de Saúde, as autoridades sanitárias brasileiras deve adotar ‘extrema cautela’ diante do quadro. Michael Ryan, diretor executivo do programa de emergências da OMS considera que a situação no Brasil ainda é classificada como grave.
“Os sinais de estabilização do contágio e do número de casos graves e óbitos em algumas regiões não são, necessariamente, sinais de vitória sobre a doença. Já vimos isso antes em epidemias em outros países. Pode-se ver um sinal de estabilização durante um dia, ou alguns dias, e a [ocorrência da] doença pode subir novamente. Deve haver um foco no distanciamento social, na higiene e nos esforços para evitar aglomerações”, afirmou.
Michael Ryan frisou ainda que populações de minorias étnicas e pessoas em condições de pobreza nos ambientes urbanos devem ter apoio especial, já que não possuem condições para realizar o distanciamento social e manter a higiene necessária para conter o avanço do novo coronavírus.
“Penso que, na perspectiva do Brasil, agora realmente é um momento de dobrar as apostas no sistema público de saúde e nas medidas sociais. [É o momento de] focar em ajudar comunidades e garantir que o sistema hospitalar continue funcionando e seja capaz de tratar pacientes graves”, afirmou o médico.
“Não tenho dúvidas do compromisso total, engenhosidade do governo brasileiro, dos estados, das pessoas para achar uma maneira de colocar a doença sob controle. [O Brasil] emergirá dessa situação o mais rápido possível”, concluiu Ryan.