O Brasil registrou pelo segundo dia seguido, após um longo período de calmaria, mais de mil motes provocadas por complicações pela Covid. Se na quinta, 3, o Conass apontava 1 mil 41 mortos, nesta sexta, 4, a taxa foi ligeiramente mais alta: 1.074. Desde 19 de agosto do ano passado, o País não registrava mais de mil mortes causadas pela doença em 24 horas. A média diária de vítimas está em 732. Após causar explosão de casos, a variante Ômicron, mais contagiosa, tem aumentado a quantidade de internados e mortos. Médicos recomendam reforçar os cuidados, como uso de máscara e evitar aglomerações.
Já o número de novas infecções notificadas nesta sexta-feira foi de 219.298. A média móvel de casos ficou em 182.696. Na segunda-feira, essa média de registros havia chegado a 188.451, a maior em toda a pandemia. Desde o início do ano, a Ômicron tem sobrecarregado as emergências de saúde pelo País, que ainda foram prejudicadas pelo afastamento de grande número de profissionais infectados.
Em números proporcionais, a letalidade da covid-19 diminuiu – ou seja, hoje há mais pessoas se contaminando do que no ano passado e menos morrendo. Entretanto, infectologistas alertam para o fato de o número de casos ser muito grande e, portanto, a proporção de mortes poder gerar quantidade absoluta de vítimas alta, embora 70,2% da população esteja vacinada com duas doses.
Segundo a Fiocruz, nove dos 27 Estados brasileiros estão com ocupação de leitos de UTI superior a 80% por causa do número de internados com covid-19. São eles: Piauí (87%), Rio Grande do Norte (86%), Pernambuco (88%), Espírito Santo (83%), Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (91%), Distrito Federal (97%), Amazonas (80%) e Mato Grosso (91%).
Outros nove Estados estão com o nível de ocupação de leitos considerado intermediário pela Fiocruz (entre 60% e 79% de ocupação). O restante está abaixo desta faixa. Hospitais privados também registram aumento da demanda por leitos de enfermaria e também de UTI.
Os casos mais críticos se concentram, principalmente, entre não vacinados e grupos mais vulneráveis, como idosos. No começo de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro chegou a minimizar a variante: disse que a Ômicron era bem-vinda e poderia sinalizar a proximidade do fim da pandemia.