– É melhor prevenir do que remediar’. Esse velho lema dos precavidos está sendo colocado em práticas pelas áreas de segurança do País, que temem um eventual ataque terrorista ao País durante os Jogos Olímpicos do próximo ano, no Rio de Janeiro.
O grau de preocupação ficou mais elevado a partir dos ataques de grupos radicais em Paris. Em função disso, a Agência Brasileira de Informações, ligada diretamente ao Palácio do Planalto, está desenhando um quadro de ações preventivas, segundo revelou o G1 nesta quinta-feira 15.
O diretor de Contraterrorismo da Abin, Luiz Alberto Sallaberry, sustenta que o órgão impediu ataques no país durante a Copa do Mundo de 2014 ao identificar suspeitos e planos antecipadamente. Hoje, diz, o nível de ameaça de uma ação no país está “aumentado.
A agência monitora “lobos solitários”, como são chamadas “pessoas que se encantam por uma causa ou organização e que podem realizar ataques mesmo sem integrarem formalmente um grupo terrorista”, diz o diretor.
“O Brasil tem um nível de risco que cresceu em relação à série histórica. Não vamos chamar de risco, mas de ameaça. O terrorismo passou a ser hoje a principal ameaça para a sociedade e o Estado brasileiro? Não”, afirma Sallaberry.
“Estamos na iminência de realizar os Jogos Olímpicos, que vão trazer atletas, autoridades e milhares de torcedores de países que são alvos prioritários de terroristas e também de lobos solitários, que estão hospedados em nosso país. E isso aumenta o nível de ameaça”, diz.
“Não temos uma célula terrorista no país. Mas temos, sim, pessoas que podem, claro que podem, facilitar o trabalho, gerar uma logística (para ataques terroristas). E estes que têm esta capacidade, nós temos um trabalho de acompanhamento bastante firme. Não são membros de grupos terroristas, mas pessoas que têm um encantamento pela ideologia e possuem contatos”, explica.
Para Sallaberry, “monitorar os lobos solitários no Brasil é hoje a principal ação da unidade de prevenção ao terrorismo da Abin. Não existe algo mais prioritário do que identificar e monitorar lobos solitários que estão hospedados no país”.
Segundo ele, durante a Copa do Mundo de 2014, a agência identificou ameaças e conseguiu impedir a ocorrência de ataques com apoio de policiais e militares.