Uma seleção sul-americana, ofensiva e com uma enorme vontade de se colocar entre os grandes do futebol mundial. A descrição, que poderia ser dada à seleção do Chile, também é válida para a Colômbia, adversária do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo. A classificação veio após vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai, no Maracanã.
Com 100% de aproveitamento, os colombianos são uma das sensações da Copa. Segundo melhor ataque da primeira fase, atropelou Grécia e Japão, só sofrendo para vencer a Costa do Marfim. Nas oitavas, despachou o tradicional Uruguai em um duelo sul-americano.
Porém, a Colômbia chegou à Copa do Mundo como uma grande incógnita. Graças à ótima campanha nas eliminatórias, obteve uma boa colocação no ranking da Fifa e foi escolhida como cabeça de chave do Mundial. Ninguém sabia, porém, como reagiria à perda do atacante Falcao Garcia, seu principal jogador, cortado da delegação por causa de uma lesão no joelho.
Mas reagiu bem. Muito bem. Graças a um jogador em especial: o meia James Rodríguez, de apenas 22 anos. Ele já havia marcado três gols na fase de grupos, e foi às redes mais duas vezes neste sábado, tornando-se o artilheiro não só da equipe, mas de todo Mundial – chegou aos cinco gols e ultrapassou Müller, da Alemanha, Messi, da Argentina, e Neymar, do Brasil, todos com quatro, na segunda colocação.
Considerado novo craque do futebol colombiano, James já desponta como candidato a melhor jogador da Copa. Vai depender, claro, do quão longe sua equipe conseguir chegar. E tudo isso aliado a muita irreverência. Além do belo futebol, os colombianos chamaram a atenção nesta Copa com suas dancinhas nas comemorações dos gols. Ousadia e alegria que lembram Neymar em seus melhores momentos da carreira.
Mas se o retrospecto for levado em conta, o Brasil larga muito na frente. As duas equipes nunca se enfrentaram na história das Copas do Mundo, mas em outras competições o cenário é totalmente favorável à seleção brasileira. São 15 vitórias, sete empates e apenas duas derrotas para os colombianos. O equilíbrio, porém, é a tônica dos últimos anos. Os últimos três duelos em jogos oficiais, todos pelas eliminatórias, terminaram em empates por 0 a 0.
Ainda assim, promessa de muita dificuldade para o Brasil, que não poderá contar com seu principal marcador. O volante Luiz Gustavo recebeu o segundo cartão amarelo nas oitavas de final e está suspenso. Paulinho, Ramires, Hernanes e até mesmo o zagueiro Henrique surgem como possíveis substitutos de um jogador considerado imprescindível no esquema de Felipão.