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Brasil vive insensatez com mais desemprego e fome

Não se trata de ser pessimista ou otimista quanto ao resultado de uma eleição. Trata-se, isso sim, de estarmos há mais de quinhentos anos à procura da solidez e da estabilidade política que nos permita viver democrática e civilizadamente. Trata-se de eliminar a miséria e a fome, o desemprego e a injustiça social que ainda hoje, em pleno século XXI, contribuem para assombrar milhões de cidadãos espalhados por campos e cidades do país.

Será que as bugigangas distribuídas aos nossos indígenas em 1500, a odiosa e perversa escravidão imposta aos povos africanos que para cá vieram sob o látego da ganância e do preconceito para “ajudar” a povoar os seus oito milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados de florestas, rios e praias maravilhosas transformaram-se numa maldição

Tudo indica que sim. Os quatro primeiros anos do governo bolsonarista fizeram o Brasil retornar ao mapa da fome e da miséria, sem contar os quase 800 mil mortos pela covid-19. No entanto, um dos responsáveis por essa calamidade foi eleito deputado com quase 700 mil votos: próximo de um voto para cada morto. A senhora que viu Cristo na goiabeira foi eleita senadora.

Dois dos responsáveis diretos pela operação Lava Jato e prisão do ex-presidente Lula foram eleitos no estado do Paraná. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais os governadores fascitoides venceram de lavada. O que aconteceu ao país? Vendeu a alma ao diabo, mesmo com o apoio de pastores evangélicos?

O quadro é dramático para o segundo turno, onde o país corre o risco de ser destruído mais um pouco em sua pífia democracia, com grandes prejuízos para a educação, para a saúde e para a cultura, aumentando o desemprego e a fome.

O que aconteceu ao Brasil? Estaremos à beira de uma tremenda insensatez? Que tristeza… É de cortar o coração.

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político.

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