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Urnas ditarão o caminho

Brasil volta a ter um céu de brigadeiro; mas, até quando?

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Autor/Imagem:
Cláudio Coletti

Sinais apontam no sentido de que os pilares básicos da economia nacional estão deslanchando de forma segura, consistente e crescente. Depois de três anos de uma recessão severa, o país passou a ganhar fôlego, com a queda da inflação, redução dos juros e retomada de vagas no mercado formal de trabalho.

Estimativas da área econômica preveem a possibilidade do Produto Interno Bruto (PIB) crescer mais do que os 2% estimados pelo mercado, podendo chegar até 3,5%. Atribui-se esse avanço positivo, em parte, ao fato de a crise política ter se desatrelado dos agentes econômicos.

Ao otimismo que domina a área econômica somam-se as ações da Operação Lava-Jato, que buscaram passar a limpo o nosso sistema político. Daí emergir a esperança de que o Brasil poderá entrar em 2018 com um cenário de céu de brigadeiro. E quem vencer as eleições presidenciais encontrará no início do mandato um país em melhor situação do que se viveu nos últimos anos.

Com a escassez de recursos para financiamento das campanhas eleitorais, a grande estrela das eleições gerais que se aproximam será a internet. O uso das redes sociais se constituirá na maior ferramenta dos candidatos na busca de votos, por seu baixo custo e rapidez na sua aproximação aos eleitores. Nas eleições dos Estados Unidos ficou comprovada a importância do uso do Facebook, do Twitter e Google.

O fantasma do caixa 2 certamente voltará em 2018. Com as empresas proibidas de fazerem doações eleitorais, o repasse de dinheiro “não contabilizado” vai continuar na próxima campanha, aumentando a “judicialização” das eleições.

Câmara e Senado produzirão muito pouco no próximo ano. Deputados e senadores estarão nas ruas em busca de votos para uma reeleição que contará com a má vontade da sociedade brasileira. Isso por conta da maioria estar envolvida em maracutaias diversas. Hoje, 238 congressistas são investigados no Supremo Tribunal Federal.

Mais do que a garantia de um novo mandato no Congresso Nacional, parlamentares investigados pela Lava-Jato tentarão manter o benefício do foro privilegiado, ou seja, serem julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Hoje, o foro privilegiado é comparado ao manto da impunidade. Essa Corte, contudo, deverá sofrer forte pressão para acelerar a análise dos processos em que estão envolvidos mais de uma centena de deputados e senadores. Todos enredados nas roubalheiras ocorridas na Petrobras e outros órgãos públicos.

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