Os brasileiros estão comendo mais proteínas de origem animal. No primeiro semestre deste ano os lares brasileiros consumiram, em média, 54 quilos desses alimentos, um crescimento de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. É o que mostram recentes dados da Kantar, empresa de dados, insights e consultoria.
Esse avanço se deve especialmente à estabilização dos preços. De acordo com Raquel Ferreira, diretora comercial da divisão Worldpanel da Kantar, o brasileiro faz hoje, em média, quatro compras de proteínas por mês, uma missão a mais do que fazia em 2023. A maior concentração ainda é de aves, bovinos e suínos, que representam 64% do volume consumido no País.
As proteínas de origem animal são consumidas semanalmente por mais de 93% dos brasileiros, sendo as carnes bovinas responsáveis por quase 33,8% das ocasiões de uso dessa cesta. O consumo de carne bovina vem apresentando constância desde 2022, quando representava 34,2% dos momentos de consumo. Já a suína registrou avanço de 1,8 pontos percentuais em ocasiões de uso no último ano e 3,2% em penetração semanal, atingindo, hoje, 8,2% do share da cesta de proteínas.
“Outro dado importante é que as classes DE vêm tendo mais acesso a cortes de maior valor agregado e incorporaram novos cortes à sua rotina de alimentação. É um cenário muito positivo, que mostra que quando o consumidor tem o bolso mais disponível, a categoria de proteínas cresce.”, comenta a executiva da Kantar.
O Acém é o corte mais consumido de forma praticamente generalizada pelo Brasil, com maior importância na Grande SP e Grande RJ. A maior parte das compras de carnes é feita em supermercados (20,7% do volume), com ticket médio de R$50,59, pequeno varejo (30,2%), com ticket médio de R$51,42, varejo tradicional (21,1%) e ticket médio R$43,3. O açougue é responsável por 7,7% do volume consumido nos lares, mas com maior desembolso R$ 66,85.
A Kantar também investigou quais são os pratos mais preparados pelos brasileiros com carnes. São, nesta ordem: carne assada ou cozida (42,6%), bife (41,4%), carne de sol (4,7%). O momento de churrasco também vem crescendo, com mais de 40 milhões de ocasiões por ano.
“Para os próximos anos, vemos uma mesa mais farta com proteínas, e a indústria tentando tornar esse consumo mais democrático, com outras formas de embalagens e mais disponibilidade em canais de compra”, finaliza Ferreira.
Os dados acima são do Painel de Uso e Consumo da Kantar, que acompanha o comportamento de consumo dos brasileiros em bens de consumo massivo – alimentos, bebidas, artigos de limpeza do lar e itens de higiene e beleza pessoal, de maneira contínua. O estudo reúne 11.300 domicílios de todas as regiões e classes sociais do País, representando 60 milhões de lares.