O Brasil encerra o ano de 2014 em meio a uma comoção nacional por conta das roubalheiras milionárias na Petrobras, com a revelação dos nomes de políticos de grande expressão entre os beneficiários dos desvios criminosos. Para deixar o astral do país mais em baixa, na lona mesmo, soma-se o fim melancólico do primeiro governo da presidente Dilma Rousseff.
As lambanças foram tantas nos seus quatro anos que a inflação ficou nas alturas e sem controle, o Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo, com rombos nas contas internas e externas em níveis jamais vistos na história do país, a indústria no fundo do poço, dólar nas nuvens, ameaças da taxa de desemprego subir, e um crescimento do produto interno bruto (PIB) próximo do zero.
O reajuste fiscal em 2015 será forte, com alta de juros. São esperados cortes e contingenciamento de gastos orçamentários além do aumento de impostos e redução de incentivos financeiros e fiscais. Os gastos com programas sociais deverão ser poupados, mas a sua gestão aprimorada. Haverá um pente fino na listagem dos beneficiários, com expurgo dos excessos.
Os brasileiros que se preparem para 2015. Já em janeiro baterão em seu dia-a-dia aumentos da gasolina, da energia elétrica, mensalidades e materiais escolares, elevação de tarifas dos transportes coletivos, sem contar a disparada nos preços dos nossos alimentos. Estima-se que no início do ano a inflação ultrapasse 7%. E política de reajuste salarial nem pensar! 2015 será um ano de arrocho.
Os brasileiros vão se defrontar no primeiro semestre com duas frentes de alta tensão. Uma será a tarefa hercúlea, à frente o ministro da Fazenda Joaquim Levy, para tentar recolocar o Brasil nos trilhos. Medidas amargas certamente virão.
O outro ambiente tensionado será o cenário político, com grave crise que será provocada pelos resultados da operação Lava-Jato, com o envolvimento de figuras carimbadas do Congresso Nacional.
Como aconteceu no processo do mensalão do PT, das investigações sobre os desvios da maior estatal brasileira advirão punições para alguns ex-governadores, ex-ministros e atuais deputados e senadores.
Em meio a essas duas frentes tensionadas, logo na reabertura do Congresso Nacional, em 1° fevereiro, entrará na agenda a tão sonhada reforma política. Ela é encarada como uma exigência imediata de toda sociedade brasileira. Não pode ser deixada de lado a crise já deflagrada por conta da escolha das futuras mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Portanto, vamos ter um 2015 marcante na história do Brasil. Não faltarão crises e muitas dificuldades.
Cláudio Coletti