Depois de uma queda de 2%, em 2013, o país voltou a registrar crescimento na inadimplência ao longo do ano passado. As contas com pagamento em atraso há mais de três meses aumentaram 6,3%, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Esse quadro se iguala à condição de 2010, mas em um cenário melhor do que em 2011, em que houve expansão de 21,5% e, em 2015, quando avançou 15%.
Na comparação mensal, dezembro foi o oitavo mês seguido de alta, superando em 13,3% a inadimplência registrada no mesmo mês de 2013. Sobre o mês anterior (novembro), os endividamentos em atraso foram 4,9% maiores.
As dívidas não bancárias (com cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia, fornecimento de energia elétrica e água) cresceram 4,8% e as assumidas com os bancos tiveram aumento de 3,2%. Os títulos protestados avançaram 13,5% e os cheques sem fundo, 15,1%.
No ano, o valor médio que mais cresceu foi o relativo às dívidas não bancárias, ao passar de R$ 315,12 para R$ 355,02, uma alta de 12,7%. Também ocorreu elevação de 7,2% no valor médio dos cheques sem fundo (de R$ 1.645,91 para R$ 1.763,82).
O valor médio dos débitos com os bancos diminuiu 3,3% (de R$ 1.309,87 para R$ 1.266,59) e o dos títulos protestados caiu 0,4% (de R$ 1.387,24 para R$ 1.381,42).
Os economistas da Serasa Experian justificam que essa reversão na inadimplência foi causada pelo orçamento mais apertado diante do “aumento quase contínuo das taxas de juros (pressionando o custo de carregamento das dívidas), a estagnação da economia, a inflação elevada e o enfraquecimento do mercado de trabalho”.