Sem rumo
Brasília ainda terá mais 48h de blefe na corrida eleitoral
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emO eleitor brasiliense deve assistir nas próximas 48 horas uma verdadeira batalha entre partidos supostamente aliados em torno da disputa do Palácio do Buriti. Grupos políticos com densidade eleitoral forte, a exemplo dos que colocam na mesma mesa, de um lado, Cristovam Buarque (PPS) e Rogério Rosso (PSD) e de outro Alberto Fraga (DEM), Izalci Lucas (PSDB) e Tadeu Filippelli (MDB) estão tentando uma última costura para seguirem juntos na corrida eleitoral.
Tudo gira como se candidatos a cargos majoritários estivessem em uma mesa de pôquer. Há blefes de todos os lados. Izalci, que pretendia ser governador, já aceita ser candidato a uma cadeira no Senado em uma aliança com Fraga, que disputaria o Buriti. Rosso, que projeta ser governador, agora aposta as fichas no Buriti. E Ibanês Rocha, carta na manga de Filippelli, que chegou a ser cotado para vice de Jofran Frejat (PR), acredita que a vez é dele.
Na esquerda, Júlio Miragaya, pelo PT, e Fátima Sousa (Psol), traçaram caminhos próprios, embora possam anunciar uma aliança antes do registro final das chapas. Esse é o quadro indefinido.
Dirigindo a mesa, de longe, há três crupiês. Rodrigo Rollemberg, que tem a caneta na mão, é forte candidato à reeleição, mesmo com seu elevado índice de rejeição (beira os 70%). O governador até que tentou atrair o PDT para o seu lado, mas o projeto naufragou com a decisão de o seu PSB se distanciar do presidenciável Ciro Gomes. Mas Rollemberg, que conseguiu compor uma aliança com o PV (Eduardo Brandão será o vice) e com a Rede de Marina Silva, pode ficar ainda mais forte com a candidatura do distrital Chico Leite para o Senado.
Aproximando-se da mesa, outros dois crupiês. São o general Paulo Chagas (PRP) e Eliana Pedrosa (Pros). Os dois fizeram um acordo informal de não-agressão durante a campanha. Estão tecnicamente empatados em todas as pesquisas (logo atrás de Rollemberg, desde a saída de Frejat do jogo) mas também podem unir forças antes mesmo do dia 15, prazo final para o registro de chapas.
Analistas políticos avaliam que, quando as fichas forem realmente disputadas, os blefes serão deixados de lado. Três chapas (de Rollemberg, Miragaya e Fátima) manterão suas cartas viradas para baixo até a abertura das urnas. Ibanês pode se manter na mesa, com Rosso ou Fraga de vice. E Paulo Chagas e Eliana Pedrosa, apesar do estilo maquiavélico de Alírio Neto (o vice do PTB que se encaixou lá para os lados da QL 10) podem usar o baralho para fazer um Royal Straight Flush.