Max de Quental
Trecho de nota distribuída pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal – SJPDF: “No entendimento do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, o debate sobre assuntos de interesse da categoria devem ser pautados de forma democrática, com respeito mútuo e transparência. Repudiamos ainda qualquer tentativa de censura, constrangimento, pressão indevida, assédio ou ataques infundados contra qualquer pessoa. E lamentamos a pratica antissindical e agressiva por parte dos dirigentes da empresa ao representante desta entidade em visita a redação do portal Fato Online na última quinta-feira (14) e aos trabalhadores.”
O repúdio teve como origem a visita feita por Wanderlei Pozzebom, representante da entidade sindical, aos profissionais que trabalham na redação do Fato Online, um portal de notícias recentemente criado, com fins não esclarecidos, que atraiu vários jornalistas renomados para as suas fileiras.
O comentário corrente é a de que morderam a isca e aceitaram o convite em troca de altos salários que outros veículos não oferecem em Brasília.
Foi exatamente pelo atraso desde novembro de 2015, incluindo o 13º devido aos profissionais, que o SJPDF compareceu ao reduto da ópera-bufa onde o ator principal é velho conhecido em outras coxias.
O ditado popular afirma que “a vontade de ganhar tira o medo de perder”.
Pelo perfil e histórico do autor do enredo, o final já era previsto. Pozzebom levou “um pé na bunda” da direção do portal, foi expulso da redação e os jornalistas foram ameaçados de demissão. O sindicalista estava simplesmente cumprindo sua missão de proteger os colegas.
Independente de a decisão de engolir a isca ser do peixe – e foram vários – não devemos ignorar que os nobres jornalistas sabiam muito bem com quem estavam assumindo compromissos.
Alguns, inclusive, presenciaram o enfrentamento acontecido em um refinado restaurante do Lago Sul entre o deputado federal Alberto Fraga e o diretor do Fato Online, Silvio de Assis. Ao que consta, não interromperam a degustação regada a vinhos nobres e Cohiba. Fraga, coronel, foi contido por amigos antes de dar ordem de prisão ao autor, diretor, produtor e protagonista da ópera-bufa que reuniu um elenco de fazer inveja ao Le Fígaro.
Especialistas são unânimes em afirmar que a autêntica comédia com fundo jocoso é uma peça de curta duração. Profissionais da imprensa bem informados sabem que nem sempre o enredo tem graça. E que o patrocínio deve ser muito bem observado.
Ainda que a atração seja aparentemente envolvente é preciso ter cuidado na hora de comprar ingresso. Mas existe o bloco do vai quem quer e o destratado Pozzebom, na obrigação das suas funções, estava querendo apenas salvar os parceiros de profissão de um péssimo espetáculo.
Mas, Wanderlei, deixe pra lá porque para o ator principal esse fato (de não pagamento de salários) é apenas mais um ato de outros tantos já encenados por ele e que serão cartazes no futuro. Só quem não tem o hábito de ler os noticiários e o Caderno B é que não sabe.
Então, merde!