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Brasília e a psicologia reversa. De Huck a General
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emO extrato do Brasil pode ser obtido em qualquer esquina inexistente de Brasília. Nesse quadrado conhecido como Distrito Federal, com características únicas por ser a Capital do País, espelha a essência da sociedade brasileira. Uma cidade onde está instalada mais de uma centena de embaixadas, como poucas no mundo. As agências de notícias nacionais e internacionais empregam o maior número de jornalistas por habitantes entre todos os Estados.
Também estão ali alojados os lobistas de plantão que cumprem qualquer meta, desde que o deles esteja garantido em alguma offshore por aí, bem distante. E para dar acabamento, os brasileiros mandam para Brasília 594 deputados federais e senadores a cada eleição. Número que varia diariamente de acordo com as operações da Polícia Federal. E pagam para os nobres parlamentares transporte, casa, comida e roupa lavada. Este último item que é lavado nem sempre é roupa.
Após a implosão do PT e seu projeto de implantação de uma ditadura na América do Sul, surgem os sociólogos tentando decifrar os mistérios que fazem os eleitores adorarem bandidos. A população de Brasília também quer saber porque é castigada dessa forma e obrigada a dividir mesas de restaurantes com eles. Nessa análise, defensores da corrente conhecida como psicologia reversa podem explicar.
A teoria é a seguinte: se induzir alguém de forma paradoxal, apontando para essa pessoa o caminho contrário àquele que você pretende que ele faça, então os teimosos farão exatamente o que você deseja, só para contrariá-lo. Pode ser… é como dizer para alguém “vote no honesto” e ele vai seguir o comando de forma contrária e escolher o Lula, por exemplo. Ou o João Rodrigues. Ou o Cabral.
A psicologia reversa pode explicar também porque Fernando Henrique Cardoso empresta seu apoio a Luciano Huck, o benfeitor da televisão brasileira, em desfavor de seu colega tucano Geraldo Alckmin. Como sociólogo aplicado que é, pode ter adotado a técnica esperando que o teimoso Huck desista de disputar a presidência. Vai entender.
Brasília, na qualidade de vitrine nacional, viu recentemente a insurgência de um de seus moradores com a situação vivida na Capital e no Brasil. Ele perdeu a paciência. E pode ter ouvido de seus pares a sugestão de não ser candidato a governar o Distrito Federal, mas para dar crédito aos psicólogos reversos, decidiu pelo sim. É pré-candidato para as próximas eleições e vem das fileiras do Exército, onde recebeu o posto de General. Bem feito.
Ao menos poderá gerar um fato inédito e ainda não experimentado nas últimas décadas. Período em que a megagangue instalada democraticamente na Esplanada dos Ministérios carcomeu o PIB nacional. Quando os índices de criminalidade em todos os níveis da sociedade cresceram de forma geométrica. Tem até aplicativo de localização de tiroteios. E crianças mortas todos os dias.
O Distrito Federal terá a chance de ser um espelho polido para o Brasil se as verdadeiras intenções do próximo governador forem a de por um fim no desmando geral, na pandemia da roubalheira, no desrespeito pelo cidadão.
Brasília é o cenário onde ocorrem bizarrices como a novela imposta pelo Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, do alcaguete e ex-presidiário Roberto Jefferson e sua midiática filha Cristiane Brasil, que obriga o Ministério do Trabalho a ficar sem comando. Ela fez birra, apoiada por ilustres habitantes da Baixada Fluminense, e quer porque quer ser ministra sem pagar seus empregados.
Jefferson quer tudo, inclusive comandar o Distrito Federal. Acredite quem quiser.
Diante desses desafios, aqueles que torcem para que Brasília escolha um governador capaz de retomar as rédeas, a ordem e o progresso da Capital, talvez sigam a recomendação da psicologia reversa e gritem: vote no panetone!