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Brasília está no fundo do poço, ou colocaram um bode na sala?

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Repercutiu mal entre os deputados distritais a declaração do chefe da Casa Civil do GDF, Hélio Doyle, sobre possível demissão de servidores concursados caso seja estourado o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Vários deputados distritais abordaram o tema na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta terça-feira (19) e criticaram o que foi classificado como ameaça.

O deputado Wellington Luiz (PMDB) considerou a declaração desastrosa e disse que esta é a primeira vez que um governo ameaça demitir servidores no DF.

“Ou estamos realmente no fundo do poço ou estão colocando um bode na sala”, assinalou o distrital, acrescentando que é o caso de se analisar uma intervenção federal na capital ou a instalação de uma CPI das contas públicas.

Na opinião do parlamentar, o governo Rollemberg ainda não disse a que veio e agora quer colocar os servidores como vilões. “É ameaça de demissão de servidores e ameaça de calote ao setor produtivo. Esta Casa tem que reagir e fazer um gesto em favor da população”, sugeriu.

Para o deputado Dr. Michel (PP) este é o momento dos distritais mostrarem que estão do lado da população. “Demitir servidor não. Servidor público não é culpado da crise. O governador Rollemberg precisa tomar as rédeas de seu governo”, afirmou.

Já o deputado Chico Vigilante (PT) acredita que o GDF joga com “desinformação e terrorismo” quando ameaça demitir servidor concursado. Segundo ele, a legislação prevê várias outras etapas antes que uma medida deste tipo fosse levada em consideração, inclusive com a demissão primeiro dos servidores comissionados.

Para o deputado, trata-se de uma estratégia para aumentar a carga tributária. “O governo reclama de crise, mas as contas públicas apresentam um saldo de R$ 1,6 bilhão. O que falta é competência e seriedade”, criticou.

O líder do governo, deputado Júlio César (PRB), garantiu que não haverá demissão de servidor público. Segundo ele, o governador Rodrigo Rollemberg assegurou que as declarações do secretário foram mal interpretadas e que esta medida não está em cogitação.

Luís Cláudio Alves
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