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Brasília ganha sua Castro Alves. 901 é do povo e céu do avião

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Se a praça Castro Alves é do povo (baiano) e o céu é do avião, como ensinou Caetano Veloso, a Quadra 901 Norte é do brasiliense. Esse foi o recado dado nesta terça-feira 14 ao Palácio do Buriti pela Câmara Legislativa, ao derrubar o veto do governador Rodrigo Rollemberg  ao projeto de lei de Liliane Roriz (PRTB) que impede alterações na área verde que se estende do Mané Garrincha ao Setor Hoteleiro.

– Se o governador Rodrigo Rollemberg pensava que eu estava sozinha nessa luta, ele viu que o quadro é outro. Os deputados estão ao lado do povo e Brasília está ao lado da Câmara Legislativa, comemorou Liliane Roriz, vice-presidente da Casa, no exercício da presidência.

Com a derrubada do veto – a unanimidade dos 17 deputados presentes ao Plenário – o projeto original de Lúcio Costa, o urbanista que desenhou a capital da República, está garantido. Os distritais deram mostras de que acabou a era do ‘puxadinho’, quando o Palácio do Buriti mandava e a Câmara Legislativa obedecia.

O maior temor, como revelou Liliane Roriz ao conclamar seus pares a derrubar o veto, era que a 901 Norte virasse alvo da especulação imobiliária. É voz corrente entre os deputados que o presidente da Terracap Alexandre Navarro pretendia colocar o terreno à venda, por meio de licitação. Com a derrubada do veto, a área fica intocável.

Para justificar sua determinação de manter a 901 inviolável, Liliane Roriz sempre suistentou que a mudança de destinação da área, além de colocar em risco o tombamento da capital, poderia comprometer gravemente a qualidade de vida no centro de Brasília. “Lucio Costa destinou aquela área para espaços comunitários e de lazer, que não comprometessem o conceito de horizontalidade de nossa capital. Brasília não é terra de ninguém”, disse.

Por sua vez, ao vetar o projeto original, Rollemberg enfatizou que cabe exclusivamente ao Poder Executivo legislar sobre questões de terras públicas. Como resposta, a vice-presidente da Câmara afirmou que todo representante da população deve se preocupar não apenas com o tombamento da capital como Patrimônio da Humanidade, mas principalmente com a história de Brasília.

Karla Maranhão

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