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Brasília tem o janeiro mais seco em seus 60 anos de existência

As ondas de calor registradas neste verão devem arrefecer em fevereiro. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo técnicos do órgão, os fatores que levaram à elevação da temperatura no mês passado, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, perderão influência e as próximas semanas devem ser marcadas por temperaturas altas, mas dentro das médias históricas.

Segundo o meteorologista Mamedes Luiz Melo, o tempo quente no Sudeste é consequência do bloqueio da frente fria que vinha do Sul e que normalmente provocava chuvas na região. Entretanto, esse bloqueio tende a perder força neste fim de semana, facilitando as chuvas e, consequentemente, temperaturas mais amenas.

Em Brasília, por exemplo, janeiro foi o mês com menos chuva desde o início da medição, em 1961, logo após a criação da cidade, segundo dados do Inmet. A média foi de 74,3 milímetros, menos da metade do ano anterior, quando ficou em 150,6 milímetros. O índice foi apenas 18% do registrado em 2016, que ficou em 400 milímetros.

Já no tocante à temperatura, a máxima de janeiro na capital federal foi de 31,4ºC. O registro foi maior do que o ano anterior (30,9ºC), mas um pouco inferior a 2017, quando a máxima chegou a 32,2ºC. Na temperatura média, a comparação entre os anos também mostra grande calor em janeiro de 2019, mas ainda abaixo da média de 2017.

Em janeiro, as condições climáticas levaram os consumidores a bater recordes de uso de energia em quatro vezes dentro de duas semanas, segundo o Sistema Interligado Nacional (SIM) .

As altas temperaturas também foram percebidas por impactos na economia, como no aumento do consumo de bebidas.

Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revela que a aposta de vendas para o verão, no setor de bebidas, é de aumento de 12,9% para a cerveja. Em seguida, aparecem refrigerantes, com crescimento das vendas no período de 12,7%, acompanhada por água mineral, com 12,6%; chá líquido (12,4 %); espumante (11,9%); suco (10,9%); e água de coco (10%).

As temperaturas elevadas foram aproveitadas para a disseminação de desinformação. Mensagens circularam alegando que em fevereiro haveria uma forte onda de calor. Com base nas previsões do órgão de amenização das sensações térmicas, o Instituto Nacional de Meteorologia divulgou uma nota esclarecendo que esses conteúdos não têm base.

Segundo o órgão, o texto veiculado recentemente nas redes sociais “não possui qualquer fundamento técnico/científico e nenhuma base de estudo ou pesquisa climatológica ou de previsão climática”.

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