Vinícius Brandão
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Brasília, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2016, variou 5,62% — a quarta menor entre as 13 capitais brasileiras pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma análise dos dados foi divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) na tarde desta terça-feira (17), na sede da empresa pública.
Além de figurar entre os mais baixos do País, o IPCA brasiliense de 2016 ficou abaixo da média Brasil, de 6,29%. As três capitais com os menores valores foram Curitiba (PR), com 4,43%; Vitória (ES), com 5,11%; e Goiânia (GO), com 5,25%.
No entanto, apesar de a variação no ano ter sido baixa em relação ao índice nacional, em dezembro a inflação de Brasília subiu para 1,12%, a mais alta do País. Em novembro, era de 0,28% — aumento de 0,84 ponto percentual.
De acordo com o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno de Oliveira Cruz, a elevação no último mês do ano é explicada pela alta no preço das passagens aéreas. Segundo ele, as férias nesse período sempre provocam aumento da inflação. As famílias com renda de até 40 salários mínimos, que têm o consumo medido pelo IPCA, são as mais atingidas pelos valores dos bilhetes mais caros nessa época.
Com tendências parecidas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de Brasília em 2016 (5,16%) foi um dos mais baixos do País, acima apenas do de Curitiba (4,21%). Assim como o IPCA, manteve-se abaixo da média Brasil (6,58%) e teve a maior variação nacional em dezembro (0,87%), com aumento de 0,54 ponto porcentual em relação a novembro (0,33%).
“O efeito sazonal de transporte também influencia esse índice. Com o número de viagens para fora do DF, além das passagens aéreas, aumentam a gasolina e as passagens de ônibus”, justificou Cruz. O INPC considera famílias com renda de um a cinco salários mínimos.
Tanto no INPC quanto no IPCA, Brasília não ultrapassou o teto da meta estabelecida pelo Banco Central para inflação anual, de 6,5%.
Baseado no movimento dos preços praticados pelos mercados atacadistas da cidade para 66 produtos de hortifrutigranjeiros, o Índice Ceasa do Distrito Federal (ICDF) de dezembro de 2016 também foi apresentado pelas Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa-DF) nesta terça-feira.
No último mês do ano passado, a variação do ICDF ficou em -2,08% quando comparado a novembro. “Dezembro sempre tem queda nos preços de nossos produtos devido à demanda das festas de fim de ano”, explicou o economista da Ceasa-DF João Bosco Soares.
Ele salientou que o pimentão verde (com aumento de 27,27%), a cenoura (17,79%) e os ovos brancos (4,39%) e vermelhos (4,15%) encareceram porque são mais consumidos no período de Natal e de ano-novo.
Por outro lado, mesmo com boa oferta, outros produtos são menos procurados e tiveram diminuição nos preços: quiabo (-37,83%), goiaba (-33,09%), inhame chinês (-24,61%), abóbora japonesa (-23%), batata lisa (-20,89%), laranja-pera (-17,06%) e mamão formosa (-16,67%).
Agência Brasília