Testemunha ocular
Brasília terá cara nova após isolamento social
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emEm tempos de pandemia, será que o Governo do Distrito Federal não para mesmo? Me fiz essa pergunta. E, home-office, liguei para o chefe de Reportagem. “Bartô – disse eu a Bartolomeu Granja -, cansei de ter em mãos o controle remoto da televisão. Entre um intervalo e outro, vejo anúncio de que tem gente cuidando da cidade. Vou usar as máscaras que tenho aqui e dar um giro. Se render, teremos uma matéria diferente. Que tal?”.
Essa conversa, por teleconferência, foi na tarde da quarta-feira, 6. Bartô aplaudiu a iniciativa. E lá fui eu, boca e nariz cobertos, luvas, álcool em gel no banco do carona. Circulei de carro pelo Plano Piloto e regiões administrativas. Em alguns pontos cheguei a ficar assustada. Havia congestionamentos em alguns trechos e muita gente na rua.
Mas, dever do ofício, continuei com a tarefa a que me propus. A peregrinação acabou pouco antes do meio-dia desta quinta, 7. Virei testemunha ocular. E, coisa rara – escrever na primeira pessoa – concluí que o brasiliense que for às ruas quando o isolamento social começar a ser relaxado, terá uma agradável surpresa. Vai encontrar uma Brasília de cara nova. Prova de que, como diz o governo, mesmo em tempos difíceis, a ordem é arregaçar as mangas e mostrar trabalho.
Sou testemunha ocular do trabalho que vem sendo efeito. Fiz como São Tomé. Abaixo vai uma descrição de algumas mudanças que estão acontecendo. Algumas informações obtive junto à Agência Brasília.
Riacho Fundo II
Saí de casa, no Sudoeste, direto para o Riacho Fundo II. Imaginei ter a sobra do bolo de uma idade que acaba de completar 25 anos. E vi que a população local ganhou de presente de aniversário manutenção em várias áreas. O Programa GDF Presente tapou buracos, podou árvores, recuperou estradas rurais e recolheu entulho e lixo. “A grande comemoração que está acontecendo são as melhorias em várias frentes de trabalho para a cidade”, informou a administradora Ana Maria.
Realmente, os números da ação impressionam: 114 toneladas de entulhos; 16 toneladas de massa asfáltica e 50 árvores podadas e, também, limpeza da bacia de contenção no Caub I. Alzira Ramos de Oliveira, encontrada momentaneamente na rua, foi taxativa: “A cidade está mais limpa, organizada e com poucos buracos. Consigo perceber a diferença nas melhorias”.
Ciclovia
Segui a saga pelas plagas do nosso quadradinho. E vi que o serviço de construção de uma ciclovia com pouco mais de dois quilômetros e meio, alo=ém de uma extensa calçada, vai de vento em popa entre Ceilândia e Samambaia.
Deu para notar que o trabalho passa pelo processo de terraplanagem, que já atingiu 30% de execução. Finalizada esta fase, serão realizados os serviços de pavimentação, drenagem e sinalização horizontal (pintura de faixas) e vertical (sinalização e instalação de placas de trânsito), além da instalação de meios-fios de concreto em substituição ao meio-fio em solo, já presente em todo o trecho.
Luz na ponte e no Guará
Uma das pontes mais importantes de Brasília, a Ponte do Bragueto, que liga a Asa Norte a toda a saída Norte do Distrito Federal, está sendo revitalizada. A Companhia Energética de Brasília, em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem, instalou 39 postes e 48 luminárias de LED, que darão boa visibilidade aos milhares de motoristas que trafegam diariamente na região.
A obra é ampla, incluindo uma total remodelação da ponte, reabilitação de pavimentos e construção da ciclovia. As duas novas pontes que dão suporte à existente já estão prontas e foram liberadas em 2019, em adequação à demanda diária do tráfego viário.
Os projetos de melhoria de iluminação pública, que substituem lâmpadas convencionais por luminárias de LED, chegaram também às ruas do Guará. Lá estão sendo instaladas 1 mil 943 lâmpadas especiais nas quadras ímpares e parte das quadras pares. E o trabalho também segue em ritmo acelerado.
Centro Pop
No giro pela cidade, passei pelo Centro Pop Brasília, onde equipes da Novacap promovem a limpeza do local, que também recebe plantio de grama, reativação da horta, troca da iluminação, adequação e construção de calçadas. Trata-se do espaço onde a população em situação de rua conta com atendimento especializado de psicologia, sob os cuidados de pedagogos e assistentes sociais.
As obras são uma cooperação entre o programa GDF Presente e a Novacap. E nada mais adequado para a situação do que oferecer um espaço equipado, agradável e limpo para desenvolver atendimentos, que seguem restritos para assegurar o combate à Covid-19.
Adeus carcaças
Uma parada em uma padaria. Um suco e uma fatia de bolo para comer no carro. E um mosquito chato zumbindo em meus ouvidos. O Aedes me veio à mente.
Já com o carro em movimento, descobri que mais uma cidade recebeu a força-tarefa para eliminar possíveis focos do mosquito da dengue. Lá estava eu em Ceilândia. A maior cidade do Distrito Federal, em termos populacionais, recebeu a Operação DF Livre de Carcaças. Durante o dia, foram retirados quinze veículos abandonados das ruas da cidade. Também notei a mesma operação em outra região administrativa. Foi no Paranoá, onde dez veículos abandonados foram retirados das ruas.
Para o administrador do Paranoá, Sérgio Damasceno, esse trabalho ajudará a contribuir para a redução dos casos de dengue na região. “A operação vai contribuir com medidas que já estamos implementando na cidade”, disse.
Estradas rurais
Uma pausa para ler as notícias oficiais. E vejo lá que Sérgio Carlos dos Santos, 42 anos, é dono de um supermercado no Residencial Paraíso, na Ponte Alta Norte, no Gama. Ele conta que, até o final de abril, a rua principal do condomínio, ainda não asfaltada, estava intransitável. “Havia muitos buracos. Não temos sistema de drenagem pluvial. Então, quando chove, a água leva tudo. A enxurrada que se forma aqui chega a 50 centímetros de altura. Até caminhões tinham dificuldade de passar”, conta.
A comunidade não poderia estar mais satisfeita com as benfeitorias. Os moradores, cerca de 700 famílias, querem até organizar uma festa para agradecer pelos trabalhos. Mas, como estamos vivendo em isolamento social, isso vai ficar para outro momento. O certo é que os carros já voltaram a circular normalmente. “Já está ótimo, e nos contaram que vai ficar melhor ainda”, afirmou Sérgio.
Ação semelhante também chegou em Ceilândia. Os desgastes causados pelas chuvas nas estradas rurais da região começam a ser recuperados no período de estiagem. O governo intensificará em maio os trabalhos de patrolamento – que é o processo de abertura de estrada com uso de patrol – de vias vicinais no Incra 9 e no Núcleo Rural Monjolinho.
Em 18,5 quilômetros de cinco estradas vicinais do Incra 09, Gleba 4 (próximo ao condomínio Vista Bela), foram feitas a raspagem e o nivelamento do solo, além do alargamento das vias de acesso à BR-070 e à DF-180. A recuperação desses trajetos dá segurança a centenas de moradores e a dezenas de produtores rurais que sofrem prejuízos no escoamento de ovos, animais, frutas e legumes.
Sabendo onde pisa
Localizada a 18 km de Planaltina, a ponte do córrego Pipiripau, próximo a região rural conhecida como Rajadinha, estava capenga, estreita e feia. Pior, representava perigo para a circulação dos cerca de 3,5 mil moradores e produtores rurais de mais de cem chácaras e para os ônibus escolares que atendem a mais de 300 alunos da Escola Classe Rajadinha.
Com a iminência de desmoronamento, gerava, claro, medo e preocupação para todos que passam por lá. Uma situação que agora é coisa do passado, já que há quase um mês dezenas de homens do DER, Novacap, Caesb e da administração local, trabalham para revitalizar o lugar.
De volta a Samambaia (aquela da ciclovia e do calçadão descrito acima), ouve-se a informação de que o DER está prestes a iniciar a obra de construção da ponte em estrutura mista (metal e concreto) sobre o Córrego Samambaia. A ponte terá um vão de 20 metros de comprimento e 15,5 metros de largura, e será constituída de três faixas de rolamento de 3,5 metros cada uma e uma ciclovia com três metros de largura. Todo o serviço está orçado em aproximadamente R$ 2,4 milhões.
Adeus sujeira
Ceilândia, como é do conhecimento geral, tem quase 500 mil habitantes e muito lixo espalhado pelas ruas. Apesar da coleta realizada todos os dias pelo Serviço de Limpeza Urbana e de ser a região administrativa com a maior oferta de Papa Entulho – são três ao todo –, carroceiros e a própria população insistem em descartar resíduos em locais irregulares. Diariamente, a Administração Regional recolhe entre 30 e 40 toneladas de lixo e entulho na cidade.
Isso sem falar nas diversas operações de governo realizadas no local. Desde janeiro o GDF reúne esforços para manter a cidade asseada por meio do programa Ceilândia Limpa. Neste momento, funcionários da administração trabalham para acabar com uma área de transbordo irregular na QNQ 11, por trás do supermercado Tatico.
Vez das crianças
Em Taguatinga, as obras de revitalização do Parque Infantil Elmo Serejo Farias (que fica dentro da Praça do DI) acabam de ser retomadas. O trabalho havia sido suspenso após o anúncio da pandemia, causada pelo novo coronavírus. Assisti, na quarta, a troca dos brinquedos, restauração do canteiro central, colocação de pedras portuguesas e mudança da areia dos parquinhos.
O pedido pela reforma do local veio dos próprios moradores que tiveram apoio de empresários, da Administração Regional de Taguatinga e também da Novacap, responsável pelos reparos.
A fila anda. Ou melhor, o carro não para. E cheguei ao Lago Norte, onde os portadores de necessidades especiais não foram esquecidos. Uma parceria firmada entre o Instituto Brasília Ambiental e a Associação Paracanoagem Brasília tornará o Parque Ecológico do Lago Norte a primeira unidade de conservação do país 100% acessível para todas as pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva, visual ou múltipla.
O entusiasmo dessa iniciativa é pela oportunidade do parque se tornar uma referência, um modelo para o restante do Brasil, pois não há o registro de Unidade de Conservação que seja planejada, tanto em infraestrutura quanto em ações, voltadas a atender a esse público específico.
A presidente da Associação Paracanoagem, Andréa Pontes, destacou a importância do projeto. “Será muito gratificante para o deficiente poder ir ao parque e usufruir de toda a estrutura, ter contato com a natureza e ainda, praticar esportes, participar de oficinas. Além de proporcionar a troca, o contato e o respeito entre pessoas com ou sem deficiência”, completou.
Asfalto novo
O sonho de todo motorista é dirigir sem precisar ficar desviando de buracos. E não sou nenhuma exceção. Nessas andanças, descobri que uma das principais vias de ligação do Plano Piloto com as cidades mais situadas à Oeste do Distrito Federal, como Taguatinga e Ceilândia, começou a passar por reformulação de sua massa asfáltica.
Já que não tem chuva, mãos à obra. E um recapeamento cobrirá as imperfeições em dez quilômetros de extensão da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig).
Para o motociclista Amarildo Monteiro, a obra significa um alívio, principalmente, no caso dele que se locomove com um veículo de duas rodas. “Qualquer desnível pode ser fatal para nós motociclista”, explicou. Segundo ele, o maior problema da Epig é desnivelamento causado pelos carros grandes, como ônibus e caminhões.
Calçadas
A Novacap, atuando aqui e ali, virou os olhos também para Águas Claras, onde está construindo novos passeios públicos. Nesta etapa, dois trechos são executados, na Avenida Sibipiruna e na Avenida Areal. Ao todo, serão 1.100 metros quadrados de calçadas. Os trabalhos também incluem colocação de meios-fios e terraplanagem em toda a extensão dos passeios.
Os trabalhos em Águas Claras estão acelerados e devem ser concluídos antes do Dia das Mães. Ao todo, cada frente conta com oito trabalhadores, totalizando 16 pessoas envolvidas no calçamento. O Governo do Distrito Federal (GDF) investiu, ao todo, R$ 100 mil nas obras.
Mais saúde
Limpa aqui, constrói ali, corta acolá… tudo enquanto a pandemia deixa a gente em casa, mas, como diz o governo, o trabalho não pode parar. E é justamente com o objetivo de ampliar a rede de Atenção Primária e melhor atender a população, que a Secretaria de Saúde está com processo de construção de 16 novas Unidades Básicas de Saúde em todas as regiões.
“Isso representa um esforço do governo para ampliar a atenção primária da rede de saúde pública, distribuindo de forma mais equilibrada o atendimento preventivo para que a população receba uma assistência melhor e com mais rapidez”, contou o secretário Francisco Araújo.
O coordenador da Atenção Primária, Fernando Érick Damasceno, acrescenta que “essas obras representam a melhoria da qualidade de trabalho e a otimização da resposta da Atenção Primária à Saúde. Estamos avançando na expansão da atenção primária à saúde para elevar a cobertura da Estratégia Saúde da Família”.
A Região de Saúde Centro-Sul ganhará três novas UBSs, sendo duas na Estrutural e uma no Riacho Fundo II. A Região de Saúde Norte vai receber 3 novas unidades, sendo uma na Fercal, uma em Sobradinho e outra em Planaltina.
A Região de Saúde Sudoeste receberá três novas unidades, sendo uma em Águas Claras, uma no Recanto das Emas e outra em Samambaia. Na Região de Saúde Oeste serão construídas três novas UBSs, sendo duas em Brazlândia e uma em Ceilândia. Além disso, haverá a reforma da UBS 8 de Ceilândia.
Mais segurança
Como nem só de saúde vive o povo, está sendo garantida mais agilidade no atendimento à população e melhores condições de trabalho ao policial civil do Distrito Federal. É o que garante a entrega de novas viaturas. Todas as delegacias do DF – circunscricionais e especializadas -, além da Divisão de Operações Especiais (DOE) e do Instituto de Criminalística terão, a partir de agora, 50 carros novos e equipados para trabalhar e melhor operacionalizar as ações dos agentes.
Ao todo, o Governo do Distrito Federal investiu quase 8 milhões 500 mil reais na compra das novas viaturas. Quarenta e seis delas são caracterizadas e custaram R$ 177 mil cada, e foram compradas por meio de convênio realizado entre o governo e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. Outras quatro são descaracterizadas e foram compradas com recursos do Fundo Constitucional, ao valor de R$ 140 mil cada.
Para o diretor-geral da Polícia Civil, delegado Robson Cândido, as novas viaturas chegam em momento oportuno, já que, segundo ele, a frota da instituição estava, em torno de 90%, sucateada. “Vamos prestar um serviço com maior qualidade ao público e garantir com mais eficácia o combate à criminalidade no DF”, garantiu.
Escolas reformadas
Ufa! Se dirigir cansa, escrever também não é moleza. Mais uma passagem pelas páginas da Agência Brasília. Está lá: No dia 11 de março o governador Ibaneis Rocha decidiu interromper as aulas em todo o Distrito Federal para impedir que o coronavírus contaminasse a classe estudantil. O decreto tinha validade de cinco dias, mas o prazo foi ampliado. A medida ocorreu com um mês de ano letivo. A Secretaria de Educação, então, fez desse limão uma limonada. Aproveitou o período sem aulas para deixar as escolas públicas ainda mais confortáveis. A determinação é realizar obras enquanto as unidades estão vazias.
É assim que tem sido no Recanto das Emas. Das 29 escolas públicas, mais de um terço está em franca reformulação. Os serviços variam de acordo com a necessidade de cada uma. Troca de telhado e forro, de piso, manutenção em caixa d’água, pintura de sala, conserto de alambrados, reconstituição de rede hidráulica e elétrica. São alguns dos serviços mais executados pela Coordenação Regional de Ensino nas unidades. As medidas estão inclusas no contrato de manutenção. Ou seja, sem ônus extra.
No Centro de Ensino Fundamental 206, por exemplo, o contrato de manutenção cobriu um estacionamento de carros e a troca do piso da quadra poliesportiva. Agora, em vez de barro, os carros vão estacionar em cima de uma pavimentação de concreto. “Muito provavelmente a gente não conseguiria fazer essa obra com recursos da própria escola pelo custo. E o contrato de manutenção serve para isso”, afirma o coordenador regional do Recanto das Emas, Leandro Freire.
O CEF 206 ganhou, ainda, uma rampa de acesso à entrada da escola. A passagem também tem uma cobertura. Os estudantes, quando voltarem, não terão de esperar o transporte ou os pais debaixo de chuva ou em meio à poeira. “Isso aqui tinha barro. Lama. Empoçava. Horrível”, conta o vice-diretor, João Lúcio Duarte. Maria Ignez, lotada na escola há 14 anos, resume a importância da obra: “Excelente. Há muito tempo venho pedindo isso”.
Mas não é só para fora do portão que ocorrem as benfeitorias. O CEF 206 está adaptado à legislação brasiliense que proíbe o uso da sirene em escolas para não incomodar os estudantes autistas. Os avisos de final de aula e intervalo agora são dados por música. O repertório é escolhido por uma equipe pedagógica, que obedece a faixa etária das turmas: que são de 11 a 17 anos no período diurno e até 70 anos à noite.
Viaduto Norte
Manhã nublada de quinta-feira e lá estou observando que a construção do viaduto que ligará o final da Asa Norte à saída norte de Brasília segue em ritmo acelerado. Os serviços na obra de arte especial que integra a Ligação Torto-Colorado chegaram a 20% de execução. Já foram finalizadas as fundações, os pilares e as vigas de apoio para as chamadas vigas longarinas (apoio da laje), que serão pré-moldadas e depois montadas sobre as vigas de apoio.
Na sequência será executada a terraplenagem, construído o tabuleiro da ponte (por circulam os veículos), a pavimentação asfáltica do viaduto e do encabeçamento, os guarda-corpos e, por fim, a sinalização horizontal e vertical. A conclusão do viaduto está prevista para até o final do mês de julho deste ano.
“Quando estiver concluído, este viaduto vai fazer com que o motorista que vai em direção à saída norte não tenha mais que conviver com engarrafamentos gigantescos, principalmente nos horários de pico”, garante o engenheiro responsável pela obra, Jarbas Alessandro Martins.
Tesourinhas e pontos de õnibus
Continuando o testemunho: servidores da Novacap e do SLU fizeram um mutirão de limpeza em muitas das tesourinhas da Asa Norte. Varrição, retirada do entulho das obras, lavagem dos viadutos com 24 mil litros de água e colocação de meios-fios. Tudo para receber a sinalização horizontal que o Detran providenciou.
As paradas de ônibus do tipo Niemeyer, aquelas retangulares, revestidas de azulejos, que possuem um vão nas paredes, semelhantes a uma janela, começaram a ser revitalizadas. Os 158 abrigos espalhados pelas Asas Sul, Norte e Cruzeiro Velho receberão melhorias como pintura, reparos em geral e limpeza.
A operação, que ocorrerá durante todo o mês de maio, tem como objetivo revitalizar essas paradas que fazem parte do projeto urbanístico original de Brasília – além, é claro, de proporcionar mais comodidade, conforto e segurança aos usuários do transporte público coletivo.
Cidade verde
O eletricista Célio Ismar Batista, 46 anos, mora desde 1992 em São Sebastião e não troca a cidade por nada. “Já morei em Taguatinga e em Ceilândia, mas São Sebastião é muito mais bem cuidada. Na minha opinião é a cidade mais bonita do Distrito Federal”, afirma.
A verdade é que a cidade de São Sebastião vai ficar ainda mais bela. Funcionários da Novacap estão plantando 2,5 mil metros quadrados de grama em uma área antes degradada na principal avenida da cidade.
O terreno fica logo na entrada da cidade, na margem direita da avenida, que tem um canteiro central arborizado. Logo ao lado, há uma parada de ônibus, o que faz o local ser muito movimentado.
“Era horrível passar por ali. Quem pegava ônibus naquela parada pisava na lama na época de chuvas e sofria com a poeira na seca”, conta Célio. “Eu moro aqui desde a época em que a população andava no barro e agora a cidade está praticamente toda asfaltada, cheia de árvores e flores. E está melhorando cada vez mais”, elogia o morador.
O plantio faz parte dos esforços da atual gestão de dar cara nova às regiões administrativas e embelezar o DF. “Queremos melhorar a autoestima dos moradores e fazer com que eles sintam orgulho de morar aqui”, diz o administrador de São Sebastião, Alan Valim. “Também quero arborizar as partes mais novas da cidade e fazer um paisagismo nos três balões dessa avenida, como acontece nos balões floridos do Plano Piloto”, acrescenta.
Bocas de lobo
Taguatinga vai ganhar novos pontos de bocas de lobo. Execuções são realizadas pela cidade para dar maior vazão às águas pluviais que, sem curso certo, causam transtorno aos moradores. Em um dos pontos, na QNA 15, a espera por solução do problema durou mais de 20 anos. Ao mesmo tempo, 120 pontos de captação de água foram desobstruídos na região, para prevenir alagamentos.
Quatro novas bocas de lobo também estão sendo construídas na QNM 38 por empresa contratada pela Novacap, com execução de um ramal com 16 metros de extensão para ligar à rede principal de águas pluviais da região. Segundo o administrador regional de Taguatinga, Geraldo Cesar, a via recebe água vinda de Ceilândia e da parte de cima da M Norte.
“Ali, erradicamos um lixão, plantamos ipês e construímos um campo de areia, mas a água vinha, passava por cima do meio-fio e alagava tudo. Estamos construindo bocas de lobo para dar vazão e eliminar o problema”, esclarece o gestor. “Estamos preocupados em sanar problemas que perduram e temos direcionado obras para onde tem carência de muito tempo”, diz.
Os trabalhos são executados com base em contrato no valor de R$ 730 mil, assinado em 2018 e com vigência de cinco anos. “É um contrato de natureza continuada e vale, também, para limpeza, desobstrução e reconstrução”, diz Sérgio Antunes Lemos, diretor de Urbanização da Novacap.
Passarelas
Dirigindo olhando para a frente. mas com campo de visão para observar o que se passa também acima da minha cabeça. E olha o quadro: o Departamento de Estradas de Rodagem deu início à revitalização de mais quatro passarelas. As passagens aéreas que passarão por restauração total estão localizadas na DF-001, em frente ao Taguatinga Shopping, no Pistão Sul, uma na DF-005, em frente ao Varjão, outra na DF-003, na subida do Colorado, próximo ao Taquari e uma na BR-020, em frente ao Condomínio Império dos Nobres.
Os trabalhos nas passagens compreendem o reforço na estrutura, a recuperação da base de pilar metálico e a troca das barras de apoio danificadas e de tela metálica do fechamento dos chamados “guarda-corpos”.
Também são restauradas as peças metálicas e eliminadas as fissuras nas estruturas de concreto. Já na base da estrutura, pilares e vigas serão reforçados. Na finalização do trabalho, vão ser recuperados os degraus das escadas metálicas – que serão lavados e pintados.
Pronto. Foram mais de onze horas de passeio, entre a tarde de quarta e a manhã desta quinta. Quando a pandemia passar, o brasiliense verá o que foi escrito aqui. Quem sabe bem mais. Vai depender do tempo (que espero seja breve) em que esse vírus que nos obriga a ficar em casa demorar a ir embora.