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Campanha do além mostra Arruda, mas espelho mágico reflete Frejat

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Estão ignorando o verdadeiro livro das bruxarias. Celtas, egípcios, assírios, normandos e até gregos e romanos formulavam práticas de bruxaria, muito confundida com magia.

Várias escolas em diferentes tempos da humanidade, criaram fórmulas e conceitos filosóficos sobre o tema. Bruxos foram retratados em obras desde o Século XVI. O cinema perpetuou as bruxas como más pessoas, contrariando Crowley que acreditava na bruxaria do bem.

Charles Leland, o pai da bruxaria, se estiver flutuando sobre a Praça do Buriti, certamente está observando o trabalho de um cidadão que se diz seu pupilo. Entretanto, o livro de receita que o bruxo trouxe para Brasília na sua vassoura, talvez esteja sem algumas páginas e não tem produzido o resultado que esperava de suas misturas mágicas.

Frejat empacou em um percentual de intenção de votos no segundo turno das eleições, enquanto Rollemberg segue convencendo indecisos.

Consultando um mago, só para manter a mesma disciplina, são várias as observações que ele faz sobre o insucesso das misturas do bruxo até o momento:

1 – a presença ostensiva de Arruda na TV e rádio no segundo turno não é capaz de atrair a quantidade de votos necessária para vencer a eleição, uma vez que o teto de transferência foi obtido no primeiro turno e o tempo dedicado ao ex-governador apenas contribui para congelar a preferência do contingente de eleitores que ele já tem;

2 – a presença de Flavia Arruda, da mesma forma, afirmando que os compromissos do marido serão cumpridos, remete Frejat a um segundo plano de importância, mas afinal o candidato majoritário é ele;

3 – deixar de posicionar Frejat como um candidato autônomo, capaz, independente, pode estar custando algumas asas de morcegos a mais;

4 – o perfil dos eleitores que deveriam ser convencidos e somados para obter a maioria de votos não é o mesmo daqueles que depositaram os votos em favor de Frejat no primeiro turno, ou seja, o bruxo deveria ter consultado melhor sua bola de cristal;

5 – o perfil dos eleitores que migram para Rollemberg, especialmente os indecisos, quando olham para o espelho mágico perguntam: Existe algum eleitor mais jovem, charmoso, contemporâneo do que eu? E respondem escolhendo Rollemberg. Antes o tempo utilizado com Arruda e sua esposa Flavia tivesse sido empregado para fortalecer a imagem de Frejat como uma opção de trazer o novo formato, mas com segurança, experiência e maturidade (e sobre isso não há dúvida, o eleitor quer o novo). Ele até tem afirmado isso em suas inserções, mas a aparição do casal Arruda desfaz o resultado da bruxaria;

6 – na era Joaquim Barbosa não é um caminho prudente Arruda afirmar que perdeu no tapetão. Ninguém pode ser convencido, fora das trincheiras internas, que uma decisão suprema é resultado de uma manobra ou ação escusa do Judiciário. Pega mal. Era melhor ter ficado calado sobre o tema;

7 – não existe na campanha de Frejat a promessa de um sonho. Ninguém vende uma fórmula se o sapo não virar príncipe. As pessoas entendem a linguagem de projetos que possam ser visualizados, maquetes virtuais de centros de serviços que são erguidos magicamente no vídeo, centros para instalação de cidades com empresas de serviços e indústrias com infraestrutura completa, metrô na porta, praças de alimentação e serviços,unidades médicas locais exclusivas para os trabalhadores e outras maravilhas que surgem do nada, como um passe de mágica. Projetos abrangentes com nome e sobrenome e helicópteros voando…;

8  – é pouco explorado o perfil de Frejat, que tem presença de espírito e inteligência para a descontração. Essa característica poderia emprestar a ele mais leveza e simpatia, um contraponto à sua idade em relação à de Rollemberg que está mais para um playboy “sem graça”. O deboche, bem utilizado, é mais adequado às críticas que são necessárias.

Não existem eleições perdidas antes que sejam apuradas as urnas. Há uma grande expectativa sobre o resultado no próximo dia 26 e o Distrito Federal já experimentou surpresas no passado recente.

Frejat continua na disputa, detém uma grande quantidade de votos, mas terá que superar obstáculos criados pelo seu próprio bruxo, importado de algum reino desconhecido, com um portfólio mais incipiente ainda. E que ignorou 9 preceitos básicos que os magos experientes identificam como ingredientes fundamentais para que, do caldeirão, derramasse um fluído eficaz.

Se Frejat vencer, o bruxo acertou a fórmula. Se Frejat perder, os magos provaram que o assunto não é para bruxarias atrapalhadas. Nesse caso, melhor teria sido contratar o Harry Potter para conquistar o reino.

Max de Quental

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