Cláudio Coletti
Há uma grande expectativa no cenário político nacional de que é iminente a abertura de processo judicial para apurar o envolvimento do ex-presidente Lula e de seus filhos nos roubos bilionários ocorridos na Petrobras. Inclusive, com pedido de prisão de todos eles. Até agora, eles só foram citados como testemunhas.
Entre os investigadores da Lava Jato existe o amadurecimento da convicção de que o ex-presidente Lula foi o principal mentor dos ilícitos, que acabaram praticamente destruindo a estatal, que era o orgulho do Brasil. Isso está sobejamente demonstrado nas investigações da Polícia Federal, Ministério Público Federal e nas delações premiadas de envolvidos nos desvios na empresa. O anúncio da deflagração do processo se daria num dia previamente escolhido, mais adequado.
Todo este cuidado se impõe por se saber que qualquer tentativa de punição de Lula provocará uma comoção nacional, com repercussão inclusive no exterior. Os movimentos sociais ligados ao PT certamente sairão às ruas para bater bumbo para seu líder maior. Na outra ponta, também boa parte da sociedade brasileira promoverá manifestações favoráveis a prisão do ex-presidente. Ela está extremamente cansada de ver tanto sentimento de impunidade em relação a Lula e aos petistas.
O processo contra Lula acabará atingindo também a presidente afastada Dilma Rousseff. É que não passa pela cabeça de ninguém que ela, com várias funções na área de energia, nada sabia das ocorrências delituosas que tantos danos causaram à Petrobras. Ela foi ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil de Lula, presidente do Conselho de Administração da Petrobras. E presidente da República por cinco anos. Como está fazendo com Lula, a Lava-jato revelará ao país o que de mal Dilma fez em relação a Petrobras.