Diz-se que em todo boato há um fundo de verdade. E o boato da vez, envolvendo todos os sentidos do homem – olfato, paladar, visão, audição e tato – tem caráter de veracidade. Escreveu-se um conto realista. Foi supostamente inspirado em Paulo Henrique Costa, presidente do Banco de Brasília. É uma estória que, garantem bancários, passará para a História.
Os autores do conto de fadas brasiliense serão mantidos no anonimato por Notibras, para evitar futuras represálias. São todos servidores concursados do BRB. Não podem ser demitidos sem justa causa. Mas podem, como punição, perder funções ou serem transferidos para agências distantes. Daí a preservação dos seus nomes.
Esse grupo está vendo o que acontece no Banco de Brasília. Lá, a começar pela presidência da instituição, sente-se o gosto amargo da discriminação, do assédio moral; há cheiro de latrina no ar; mesmo com olhos vendados, há quem consiga tudo enxergar e nada fazer; o que se ouve entreouvidos é de deixar auditores do Banco Central arrepiados; e contratos que se tocam parecem escritos por alquimistas, pois logo se transformam em ouro.
O conto, baseado em fatos reais, tem por título O Ducado de Paul Henri. Circula em grupos de WhatsApp dos funcionários do BRB. O texto, uma verdade hilária, pode ser lido a seguir:
Num reino não tão distante, havia um Duque Chamado Paul Henri. No início do seu ducado as pessoas ficaram um pouco que encantadas com suas palavras e com a grandeza de sua fama construída por relações políticas e muita fantasia.
Os dias se passaram e todos começaram a observar o quanto Paul Henri era gastão. Essa característica ficou tão conhecida que ele passou a ser chamado de Duque Gastão. Aliás, gastão e egocêntrico. Tanto que o antigo castelo, Brasilis, já era pouco para ele…
Montado em seu cavalo encontrou o castelo de outros duques e com eles fechou negócio. Por muitas moedas de ouro alugou a pomposa edificação real. Segundo o povo do feudo o castelo era enorme. Só um pouco menor que o ego do Duque!
Acontece que para conseguir pagar as contas, o Duque e seus conselheiros pesaram a mão nos servos. Ao percorrer o feudo era notória a exaustão de todos. Os serviçais questionavam por que, em vez de contratar mais servos, o Duque Gastão gastava ainda mais.
As pessoas estavam adoecendo por falta de mais trabalhadores e por que as metas eram cada vez mais altas. Estava se tornando coisa comum encontrar as pessoas desabafando e até chorando por estarem esgotadas e prestes a adoecerem, além daquelas que já estavam
adoecidas.
Os servos que serviam no Castelo andavam cansados, cabisbaixos e amedrontados com ameaças veladas ou explícitas. Vários viravam a noite trabalhando com todo zelo e, no dia seguinte, o que escutavam era que nada do que tinham feito prestava.
O Duque Paul Henri não se continha em seus gastos e nas “graças” que gostava de fazer com Arquiduques, Grão-Duques e outros duques! Ele fazia seus gastos e depois corria atrás das receitas. Na verdade colocava os outros pra correr… enquanto ele pousava para a imprensa da época junto a alguns figurões.
Os gastos de Gastão eram tão grandes que ele não contratava mais trabalhadores para lhe sobrar recursos e poder gastar ainda mais. O volume de despesas que Paul Henri fazia era tão grande que ele começou a dilapidar o patrimônio do reino, inclusive privatizando
empresas de títulos e corretoras pertencentes ao povo que vivia no reino, e não a ele. Havia quem dissesse que ele estava comendo pelas beiradas até chegar à venda de todo o reino.
Lido o conto, dirigentes do Sindicato dos Bancários de Brasília deliberaram tomar providências. Uma delas seria pedir ao Banco Central uma auditoria no BRB desde a chegada do presidente Paulo Henrique Costa.