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Ministro renuncia

Brexit continua alimentando crise no governo britânico

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Bartô Granja, Edição

O secretário de Transporte do Reino Unido, Jo Johnson, renunciou na sexta-feira, 9, por desacordo com o Brexit defendido pela primeira-ministra, a conservadora Theresa May. Ele também pediu um novo plebiscito para decidir se os britânicos devem deixar ou não a União Europeia.

“O que se está propondo não será nada parecido com o que se prometeu há dois anos, quando 51,9% dos eleitores optaram por abandonar a União Europeia em um referendo”, afirmou Johnson, que ocupava a pasta desde janeiro.

Johnson afirmou, em comunicado, que apoiar o acordo de saída que Londres e Bruxelas “estão finalizando” seria um “terrível erro” que deixaria o Reino Unido economicamente fraco e sem poder de decisão nas regras que a UE manda seguir.

Johnson é irmão do ex-secretário de Relações Exteriores, Boris Johnson, que se demitiu em julho, também por discordar da maneira que o Brexit vinha sendo conduzido. Ao contrário do irmão, porém, Jo Johnson apoiou permanência do Reino Unido na UE no referendo.

Theresa May já afirmou em mais de uma ocasião que não fará um segundo plebiscito sobre a saída do Reino Unido do bloco europeu

Horas antes do anúncio de Johnson, o principal aliado político de May, o pequeno partido norte-irlandês DUP, do qual a premiê depende para ter maioria no Parlamento, também tinha lançado uma advertência contra um projeto de acordo que classificou como “traição completa”.

Londres e Bruxelas estão tentando acelerar a conclusão de um acordo de separação que inclua um período de transição depois do Brexit, programado para 29 de março, durante o qual o Reino Unido será regido por regulamentações europeias, mas não mais participará da tomada de decisões.

Em carta aos líderes do DUP, May explicou que a UE insiste que o território britânica da Irlanda do Norte mantenha os mesmos regulamentos da vizinha Irlanda, país membro do bloco, como forma de evitar uma nova fronteira entre os dois.

Essa solução, chamada de “backdrop” ou “rede de segurança”, seria aplicável até que o Reino Unido e a UE chegassem a um acordo sobre sua futura relação comercial. “A carta da primeira-ministra é um sinal de alarme para aqueles que atribuem importância à integridade do nosso território e para aqueles que querem um verdadeiro Brexit para todo o Reino Unido”, tuitou a líder do DUP, Arlene Foster.

Pressionada pela ala mais radical do Partido Conservador, May pode perder o apoio do DUP, cujos 10 deputados são cruciais para o governo de coalizão.

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