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Brittany, 29 anos, que queria suicídio assistido, morre sorrindo

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Brittany Maynard, a jovem de 29 anos que sofria de um agressivo tipo de câncer no cérebro, e que comoveu os Estados Unidos ao anunciar que marcara seu suicídio assistido para 1º de novembro, morreu, informou neste domingo (2) a ONG “Compassion & Choices”.

“Com tristeza anunciamos a morte de uma mulher querida e maravilhosa, Brittany Maynard. Ela morreu em paz, em sua cama, rodeada por sua família e entes queridos”, disse a organização, que se dedica a assessorar doentes terminais que desejam uma morte digna.

“Compassion & Choices” não detalhou a data da morte de Brittany, que tinha marcado seu suicídio assistido para 1º de novembro, apesar de ter adiado na quinta-feira sua decisão para poder passar mais tempo com os seus familiares.

“Adeus a todos os meus queridos amigos e família que eu amo”, escreveu ela em sua conta no Facebook. “Hoje é o dia que eu escolhi para morrer com dignidade por causa da minha doença terminal, esse terrível câncer no cérebro que tomou tanto de mim… Mas que poderia ter tomado muito mais”, escreveu, segundo a revista Time. “O mundo é um lugar bonito, viajar tem sido a minha forma de aprendizado… Agora, enquanto escrevo, tenho uma corrente de apoio em volta da minha cama… Adeus, mundo. Espalhem boas energias. Retribuam!”.

Ainda na última quinta-feira, Brittany divulgou em seu blog que havia concluído o último item de uma lista de desejos que montou quando decidiu a data de sua morte. Acompanhada de seus pais e seu marido, Brittany visitou o Grand Cânion.

“Tive a oportunidade de desfrutar meu tempo com as coisas que mais amo na vida: minha família e a natureza”, afirmou a jovem no blog. A experiência, no entanto, não foi totalmente positiva porque, segundo ela, “é impossível esquecer do meu câncer”. “As fortes dores na cabeça e no meu pescoço estão sempre por perto. E, infelizmente, tive a pior convulsão até agora. Fiquei sem falar por muito tempo, até retomar a consciência.”

“Ela era uma viajante aventureira e bem-sucedida que passou muitos meses vivendo sozinha e dando aulas em orfanatos em Katmandu, no Nepal”, diz um obituário da jovem divulgado no site www.thebrittanyfund.org e reproduzido pela organização que a assistiu, a Compassion and Choices.

“Essa experiência mudou para sempre a sua perspectiva em relação a infância, felicidade, privilégio e resultados. Ela adorou seu período no Vietnã, Camboja, Laos, Cingapura e Tailândia. Passou um verão trabalhando na Costa Rica e viajou para a Tanzânia, onde escalou o Kilimanjaro com uma amiga antes do seu casamento”. “Ela teve aulas de escalada em Cayambe e Cotopaxi, no Equador, e era uma ávida mergulhadora, que experimentou Galápagos, Zanzibar, Ilhas Cayman e basicamente toda ilha que visitou.”

No blog, a americana diz que seu sonho é que todos que sofrem de doenças terminais possam morrer da maneira que desejarem. Maynard criou uma plataforma para arrecadar fundos para aqueles que defendem o direito à morte digna.

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