Carolina Paiva, Edição
Tem muita gente se virando, literalmente, para ter um bumbum de formas perfeitas. Talvez por isso um dos procedimentos mais procurados nas clínicas de cirurgia plástica seja a gluteoplastia, mais conhecida como intervenção nos glúteos. Essa prática ganha cada vez mais adeptos, tanto homens quanto mulheres. Aliás, o formato do glúteo brasileiro tem sido procurado, inclusive, nas clínicas do exterior.
Mas, afinal: na hora de decidir, o que é melhor? Enxerto de gordura ou implante de prótese? De acordo com a cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira, membro Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a procura da opção cirúrgica com enxerto tem se destacado em relação à de prótese de silicone.
“Isto acontece porque as mulheres aproveitam para ‘combinar’ com as cirurgias plásticas de remodelamento. As que fazem cirurgia de lipoaspiração de abdômen ou cintura, por exemplo, já remodelam o glúteo com o enxerto. Utilizamos a gordura para dar uma nova forma à região dos flancos e, logo após, também ao glúteo”, explica.
Já no caso do silicone, a prótese é colocada através de uma incisão e fica entre dois músculos da região. Segundo Ivanoska, o tempo de recuperação da prótese é um pouco maior em relação ao enxerto. “São necessárias duas semanas sem que a paciente possa sequer se sentar. Já no caso do enxerto, quatro dias são suficientes. Além do que, em termos de pós-operatório, o implante pode ser mais doloroso”, continua.
Outra grande diferença é que, no remodelamento, parte da gordura é absorvida pelo corpo com o passar do tempo, o que não ocorre com a prótese. “Para que a gordura não seja totalmente sorvida pelo corpo, ela precisa ser centrifugada antes de ser injetada na região. Assim, há um aproveitamento maior e apenas a gordura de melhor qualidade é utilizada”, sustenta.
No caso do pós-operatório do implante de silicone, a higiene é fundamental. “Não há curativo nesse procedimento e a incisão é feita numa região próxima ao ânus, o que requer muito cuidado para evitar infecção”, orienta.
Outro detalhe, segundo a cirurgiã, é a necessidade de se observar que só é possível ter sucesso no enxerto se o paciente contar com a quantidade suficiente de gordura necessária para realizar o procedimento. “No enxerto, não há risco de se ter rejeição pelo organismo, como pode acontecer em alguns casos de implante de prótese”, salienta Ivanoska.
Limites – Na era dos bumbuns grandes, a maior procura é por glúteos acentuados e que ganhem destaque sob as peças de roupa. No entanto, Ivanoska Filgueira alerta sobre a quantidade de mililitros utilizados para o procedimento.
“Há pacientes que pedem até um litro em cada lado. É um pedido imensamente arriscado, já que o sangue precisa irrigar a área da intervenção sob pena de causar uma necrose. O mais apropriado é utilizar no máximo 400 ml de cada lado, independente se for enxerto ou implante”, sublinha.