Buriti cria mini gabinete de crise para enfrentar Aedes como se travasse guerra
Publicado
emSamira Pádua e Jade Abreu
Para enfrentar o Aedes aegypti — transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya —, foi criado um espaço para reunir representantes de órgãos do governo local com ações contra o mosquito, como a Secretaria de Saúde, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. A sala de situação começou a funcionar no quartel do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar e faz parte do Decreto nº 8.612, de 21 de dezembro de 2015, do governo federal. O objetivo é que 100% dos municípios brasileiros tenham um recinto como esse ainda neste ano. Brasília é uma das primeiras capitais a montar o local de combate.
A sala tem a função de abrigar a coordenação da força-tarefa de combate ao mosquito, identificar o início dos focos e informar o governo federal sobre os casos de doenças transmitidas pelo inseto. Também são feitos balanços e reuniões semanais com os representantes dos órgãos. Além disso, eles avaliam as ações da semana anterior e discutem as da semana seguinte.
Para o representante do Corpo de Bombeiros na sala de situação, major Omar Oliveira, o DF ganhou tempo ao criar a sala antes dos períodos críticos de contaminação. “É bom porque a gente começou cedo. Quando chegar o período de abril e de maio [principais meses de casos de dengue], já estaremos adaptados ao formato do grupo e do combate.”
Ações – Desde 21 de dezembro, mais de 12 mil imóveis foram visitados em Planaltina, em atividades que fazem parte do Plano de Ação para o Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti. Os trabalhos da força-tarefa dão prioridade a áreas consideradas de risco, como a Estância Mestre D’Armas, visitada pela equipe na manhã dessa quarta-feira (6).
Em 2015, a Secretaria de Saúde registrou 12.957 casos suspeitos de dengue, dos quais 12.198 (94%) são residentes do Distrito Federal e 759 (6%) de outras unidades federativas, segundo o último informativo epidemiológico da pasta, divulgado nessa quarta-feira (6). Planaltina é a região administrativa com o maior número de casos de dengue registrados no DF. Segundo a Secretaria de Saúde, foram 2.202 incidências em 2015 — redução de 7,7% em relação a 2014, quando houve 2.386 registros. Quem quiser informar sobre foco do Aedes aegypti deve entrar em contato com o Núcleo de Vigilância Ambiental, pelo telefone 3388-3909.
As ações incluem inspeção de imóveis, orientação da população, tratamento de focos do mosquito e limpeza de telhados de paradas de ônibus. “Pedimos que os moradores que estiverem em casa abram os portões para que possamos entrar e fazer a remoção de possíveis focos e orientar as pessoas [quanto às ações de prevenção]”, reforça o coordenador dos militares do Exército nas atividades, capitão João Augusto da Silva.
Na região, a força-tarefa faz os trabalhos até sexta-feira (8). Equipes da Vigilância Ambiental continuarão com ações pontuais de rotina, que, no momento, ocorrem em todas as regiões administrativas. Na próxima semana, o trabalho concentrado seguirá para a Asa Norte e os Lagos Norte e Sul.
A força-tarefa é composta por 120 militares do Exército, 50 da Marinha, cem bombeiros militares, além de agentes da Defesa Civil, da Vigilância Ambiental do Distrito Federal (da Secretaria de Saúde), de servidores da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
Plano – Divulgado em dezembro de 2015, o Plano de Ação para o Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti estipula diretrizes para garantir o controle epidemiológico de três doenças transmitidas pelo mosquito: dengue, chikungunya e zika vírus. O inseto também é vetor da febre amarela, mas a enfermidade não ocorre em áreas urbanas do Brasil. As ações começaram por Sobradinho II, em 14 de dezembro de 2015.
Zika vírus – Em 2015, foram registrados pela Secretaria de Saúde 14 casos suspeitos de febre pelo zika vírus, sendo dois confirmados, cinco descartados e sete inconclusivos. Os dois confirmados foram em moradores do DF que se contaminaram no Nordeste.
Agência Brasília