A Coordenadoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Distrito Federal acaba de passar para o domínio do Palácio do Buriti. Não foi uma intervenção branca, mas uma imposição na tentativa de calar vozes destoantes na corporação.
Oficiais e praças que trabalhavam no setor foram afastados sumariamente. O comando foi entregue a Iara Vidal . Simples avisos de pauta, remessa de matérias por emails e a manutenção do site da Polícia Militar só são liberados após passar pelo crivo dela.
A intervenção provocou constrangimento. Muita gente admite colocar no ar uma rádio pirata e criar páginas nas redes sociais, mesmo que a custa de fakes, para demonstrar seu descontentamento.
Iara Vidal é mulher de confiança de Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública. Ela já trabalhou diretamente ao lado dele. E dirigiu a área de imprensa da Associação dos Delegados da Polícia Federal.
Mas nem só de Avelar vive Iara. Antes de aceitar a missão para desalojar os militares, ela estava lotada na Secretaria de Comunicação do Palácio do Buriti, onde ocupava uma mesa desde a época em que o jornalista Ugo Braga era porta-voz do governador Agnelo Queiroz. Sua atividade era simples. Receber telefonemas e agendar reuniões com o próprio Ugo Braga.
Alessandro Mendes, marido de Iara, também ocupou um cargo de confiança no Palácio do Buriti, quando Samantha Sallum, designada para segurar os passos largos de Cláudio Monteiro na Secretaria da Copa, chefiava a Comunicação do Governo do Distrito Federal. Juntos, eles dirigem uma empresa de assessoria e consultoria de imprensa.
Em função dessa empresa que vive supostamente da produção de trabalhos jornalísticos, oficiais do Serviço de Informações da PM prometem aprofundar investigações. O temor é que se difunda uma imagem inexistente, transmitindo à sociedade um quadro de satisfação no âmbito da Polícia Militar, quando é sabido o clima de animosidade que reina entre soldados, sargentos e o governador Agnelo Queiroz.