Bartô Granja, Edição
A Polícia Militar informou que os ocupantes que resistem, desde quarta-feira (1º), a sair do Torre Palace, devem deixar o prédio nas próximas horas. De acordo com o coronel da PM Antônio Carlos, a falta de comida e de acesso à água e energia elétrica, que foram cortadas, durante a operação de reintegração de posse, deve forçar o grupo a deixar o local “espontaneamente”.
O coronel disse que, em uma reunião da cúpula da Secretaria de Segurança Pública com o gabinete de gestão de crise do governo do Distrito Federal (GDF) que acabou no final da tarde, ficou decidido que “as negociações vão continuar até que os ocupantes não tenham outra alternativa a não ser descer, por falta de suprimentos”. “Entendemos que nas próximas não terão outra opção, a não ser atender à solicitação da PM.”
Mais cedo o coordenador do Conselho Tutelar de Brasília, Kleiton Guimarães, havia dito que o GDF iria fornecer mantimentos para garantir a alimentação de cinco menores, entre eles duas crianças de colo, que estão no local. “Por envolver crianças, nós temos que mandar comida e água para suprir as necessidades delas. E, chegando, lá os adultos também vão usufruir”, afirmou Guimarães. “Não há outro jeito, quando envolve crianças e adolescentes, é preciso ter mais cautela.”
A entrega de suprimentos poderia comprometer a estratégia da PM de vencer os ocupantes do Torre Palace pelo cansaço para que deixem o prédio pacificamente. “Por isso, os suprimentos não vão subir”, disse o coronel Antônio Carlos, negando a informação. Ele esclareceu que as provisões serão garantidas às crianças, mas estão com policiais no térreo do prédio. “Para ter acesso, os ocupantes terão de sair.”
De acordo com o coronel, os integrantes do Movimento de Resistência Popular que resistem à desocupação do Torre Palace serão processados quando deixarem o prédio. “A Polícia Civil pode enquadrá-los em vários crimes, entre os quais o de desobediência, pois não acatarem as ordens da PM para sair.” Segundo o coronel, assim que saírem, os manifestantes serão identificados e conduzidos à delegacia.
Em nota, a Secretaria de Segurança destacou que um dos líderes do Movimento de Resistência Popular, Edson Silva, já responde a inquérito junto à Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e está em liberdade provisória. “Além disso, entre os cerca de 15 manifestantes, cinco já foram identificados e também respondem a processo na Justiça”, diz a nota.