Daniel Alves Lima era até há pouco tempo motorista do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis). Agora ele é coordenador do núcleo de Combate à Corrupção, órgão ligado à Controladoria-Geral do Distrito Federal, responsável pela área de transparência do governo.
O ex-motorista foi levado para a função de assessor especial pelo subcontrolador-geral Paulo Wanderson Martins. Wanderson é vice-presidente da entidade desde 2017, em um mandato de quatro anos – e, mesmo com o cargo no GDF, ele continua à frente do sindicato.
O ex-motorista começou a trabalhar na Controladoria no dia 24 de janeiro, em um cargo que prevê salário de R$ 5.855,82 por mês. Informa o G1. No Sindilegis, Daniel prestava “suporte nas demandas logísticas administrativas e de apoio institucional à diretoria e à vice-presidência’.
No novo cargo, Daniel Alves Lima é pago para “examinar, desenvolver e elaborar estudos, projetos e atos normativos” e “emitir despachos, pareceres, notas técnicas ou informações para instrução de processos”. Wanderson garante que o amigo foi nomeado “porque apresenta competência técnica ao exercício do cargo” e se formou em direito em 2005.
Para o especialista em transparência Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas, este não é o tipo ideal de nomeação. “Mesmo para uma pessoa formada em direito ou administração, ainda que possa ter requisito técnico, o desejável é que tenha competência. Porque os assuntos, como a Lei de Acesso à Informação ou a Lei de Responsabilidade Fiscal, são áridos e há uma cobrança cada vez maior dos brasileiros”, explicou.