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Cabo da PM é assassinado em Guarulhos e São Paulo teme nova onda de chacina

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Felipe Resk

O assassinato de um cabo da Polícia Militar pode estar por trás da primeira chacina de 2016 em São Paulo. Quatro pessoas morreram e outra ficou ferida na madrugada de ontem em um ataque na frente de um bar na Vila São Rafael, em Guarulhos, na Grande São Paulo, dois dias após a morte do PM. Das vítimas, três tinham passagem por tráfico e, por isso, a Polícia Civil também investiga as hipóteses de dívida ou disputa de pontos de venda de droga.

Segundo testemunhas, pouco após a 0 hora de ontem, criminosos encapuzados desembarcaram de um carro preto, de quatro portas, e atiraram nos rapazes no Bar do Bebeto, na Rua Domingos de Abreu, periferia do município. Outras pessoas que estavam no local fugiram. O bando escapou em seguida.

Adriano José Silva Araujo, de 28 anos, foi atingido por três tiros na cabeça e um no ombro. Leonardo José de Souza, de 23, também foi alvejado na cabeça. Segundo a Polícia Civil, os dois tinham passagem por furto e tráfico de drogas. Um homem de 29 anos, baleado na mão e no tórax, também tinha antecedente por tráfico. Ele foi submetido a cirurgia e está em estado grave, mas não corre risco de morte.

Hermes Augusto Inácio Moreira, de 19, baleado nas costas e no abdome, e Francisco Fernando Pereira Caetano, de 23, atingido por um tiro na cabeça, não tinham antecedentes. Os dois foram socorridos por moradores locais, mas morreram antes de chegar ao hospital.

Aos policiais, uma testemunha relatou que “dois ou três homens” participaram do crime e que o veículo dos assassinos seria um Chevrolet Fox. Os investigadores buscam imagens de câmeras de segurança na região para confirmar. O bar não tem sistema de monitoramento.

No boletim de ocorrência, a perícia relatou não ter encontrado as cápsulas deflagradas – a hipótese era que tivessem sido recolhidas pelos assassinos. Mais tarde, no entanto, policiais do Setor de Homicídios de Guarulhos acharam cápsulas de calibre 9 mm no bar.

Retaliação. Uma das suspeitas da Polícia Civil é de que a chacina tenha sido motivada por vingança. Em 30 de dezembro, o cabo Felipe Rebelato Nocelli Ramalho, de 30 anos, do 5.º Batalhão da PM, foi morto após intervir em um assalto a uma autopeça, a 1,5 quilômetro do bar onde aconteceu a chacina.

O PM estava de folga e havia ido na loja comprar um farol. Houve troca de tiros e Ramalho acabou baleado. Ferido, o assaltante foi socorrido por um comparsa. Depois, o suspeito foi encontrado em um hospital em Itaquaquecetuba, onde segue internado sob acompanhamento policial. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça, o que, segundo investigadores, pode enfraquecer a tese de retaliação.

Testemunhas, porém, relataram que uma viatura da Força Tática da PM passou pela Domingos de Abreu antes da chacina, com o farol apagado. Na tarde de ontem, carros da Corregedoria da PM, que investiga casos envolvendo policiais, também estiveram no local

Histórico. Em 2015, a Grande São Paulo foi cenário da maior chacina da história do Estado, que terminou com 23 mortos em Osasco, Barueri, Carapicuíba e Itapevi.

estadao

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