O procurador geral do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Marfan Vieira, vai se licenciar do cargo para disputar a reeleição. No lugar dele vai assumir o procurador Antônio Carlos Navega, que investigou recentemente desvios de dinheiro na Saúde. Porém, ele corre o risco de não assumir, pois o líder do Governo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado André Corrêa (PSD) apresentou emenda à projeto de lei de autoria do Poder Executivo que modifica o critério de escolha do procurador geral.
O deputado estadual Domingos Brazão (PMDB) denuncia na Alerj que as emendas têm o dedo do governador Sérgio Cabral, que não quer que Navega assuma o cargo. Cabral preferiria que o indicado seja o procurador que não viu nada demais nas viagens do cachorro de estimação dele, o Juquinha, no helicóptero pago com dinheiro público, para a casa de praia do governador, em Mangaratiba, Sul Fluminense. Brazão quer evitar esta virada de mesa do MP.
Uma emenda de Corrêa, diz: “- O Procurador Geral de Justiça, nas deliberações do Conselho, além do voto de membro, tem o de qualidade, exceto nas hipóteses dos incisos VI e VII do art. 22, sendo substituído, no exercício das atribuições previstas nos arts. 11 e 39 desta Lei, pelo: I – Subprocurador Geral de Justiça que indicar, em suas faltas, férias e licenças; II – membro eleito do Conselho Superior mais antigo na classe, nos casos de impedimento, suspeição, afastamento e vacância”. A emenda foi apresentada em 19 de março e teve ainda as assinaturas dos deputados Nilton Salomão (PT) e Luiz Paulo (PSDB).