Após ter colocado aliados na Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviário, Ferroviário, Metroviário e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), o governador Sérgio Cabral agora quer colocar gente de sua confiança no Tribunal de Contas do Estado (TCE), evitando, assim, condenações futuras de sua gestão por improbidade administrativa, multas e consequentemente, a inelegibilidade por oito anos, caso a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) rejeite as suas contas.
Cabral articula para colocar no órgão seu secretário de Governo, Wilson Carlos, no lugar de Aluizio Gama, que vai antecipar sua aposentadoria no TCE. A vaga antes estava prometida para o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB). Aluizio, marido da ex-deputada Aparecida Gama, também foi aliado de Cabral. Wilson Carlos é investigado pela Polícia Federal por ter supostamente recebido propina da empreiteira Camargo Corrêa em uma conta em Hong Kong, na China. Em um escândalo na obra do metrô do Rio. O inquérito da PF apura se a propina teria sido paga após a Opportrans (controladora da Metrô Rio até 2008), ter quitado dívida do Governo do Estado junto a Camargo Corrêa.
O secretário de Governo apareceu em fotos publicadas em Paris, em 2012, em que secretários e o empresário Fernando Cavendish (amigo de Cabral) apareciam dançando com guardanapos na cabeça. O grupo ficou conhecido na mídia como Gangue dos Guardanapos. Wilson Carlos negou à imprensa que vá assumir vaga no TCE. O órgão é responsável por fiscalizar a utilização do dinheiro público pelo Governo do Estado e prefeituras.