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Cabral tenta ir para presídio onde teria suas regalias

Roberta Pennafort

O Ministério Público (MP) do Rio tenta barrar a transferência do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), detido há quase três meses no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, para um presídio onde ele teria mais conforto e, possivelmente, regalias: o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP) de Benfica, na zona norte, onde está sendo construída uma ala para os envolvidos na Operação Lava Jato e seus desdobramentos.

O presídio está desativado desde 2015 e, segundo revelou o Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 12, vem sendo reformado para abrigar presos com curso superior, como o ex-governador. Serão criadas 216 vagas, sendo 72 especialmente para os detentos da Lava Jato. Eles ficarão numa ala separada, com nove celas com capacidade para oito presos cada uma. O empresário Eike Batista, preso desde 30 de janeiro também em Bangu, não será levado para lá, uma vez que não possui diploma de curso superior.

O Fantástico mostrou que a cela do BEP a ser ocupada por Cabral tem as mesmas dimensões da que ele está em Bangu: 16 metros quadrados. No entanto, o colchão em que passará a dormir é mais alto e confortável – foram usados por atletas que usaram a Vila Olímpica durante a Olimpíada de 2016 -, e as instalações dão mais prioridade aos ocupantes.

Quando em funcionamento, o BEP abrigava policiais militares que aguardavam julgamento. A unidade foi fechada depois que uma juíza foi agredida a pauladas durante uma inspeção de surpresa. Na ocasião, foram descobertas regalias como móveis, eletrodomésticos e celulares. Eles tinham acesso até a carne para churrasco e cerveja.

Ao Fantástico, o secretário de Administração Penitenciária do Rio, coronel Erir Ribeiro, negou que Cabral vá obter privilégios no BEP. A promotora Valéria Videira, responsável pela fiscalização de penitenciárias, disse que o MP vai tentar impedir a transferência. “A falta de fiscalização e a vulnerabilidade do local vão propiciar o ingresso de mordomias e vantagens que hoje não estão ocorrendo (em Bangu)”, ela afirmou.

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