Moradores de uma zona montanhosa no Estado de Veracruz, no sudeste do México, viram um caudaloso rio desaparecer em questão de dois dias.
Tudo o que resta do rio, o Ayotac, é o leito cheio de pedras, poças e lodo. E o mistério ficou ainda maior porque a região tinha sido atingida por chuvas. Parecia que o rio tinha simplesmente sido tragado pela terra.
A explicação das autoridades locais é justamente essa: uma falha geológica abriu uma cratera de 30 metros de largura e 20 de profundidade na altura do vilarejo de Rancho San Fermin, a 3 km da nascente do Ayotac.
Resgate – Mas peritos ainda não determinaram se o esvaziamento será permanente.
“Entendermos o que aconteceu levará tempo e avaliar o impacto também”, disse à BBC Mundo , o serviço em espanhol da BBC , um porta-voz da Defesa Civil do Estado de Veracruz.
A única coisa que se sabe até agora é que o rio desapareceu. Atoyac, na língua indígena nahuatl, significa “água que derrama”.
O rio nasce no município de Amatlan de Los Reyes, em uma zona montanhosa em que há um vulcão, o Monte Orizaba. É o segundo mais alto do México, perdendo apenas para o Popocatépetl. O Atoyac, desemboca no rio Cotaxtla, cuja foz é no Golfo do México.
E este rio também já começou a perder volume, o que preocupa uma região de extensa atividade agropecuária. Segundo o prefeito da cidade de Atoyac, pelo menos 10 mil famílias podem ser diretamente afetadas pela falta d’água.
“Precisamos resgatar o rio, pois não apenas a fauna e a flora estão morrendo, mas também a alma e a vida da região”, disse ele à mídia local.
A Bacia do Atoyac há alguns anos sofre com a poluição. Suas águas estão contaminadas com resíduos domésticos e dejetos dos engenhos de açúcar, plantações e de fazendas pecuárias. E o problema agora é que as águas não podem mais carregar tudo para longe.
As autoridades ambientais têm esperança de encontrar uma solução, até porque a nascente do rio não foi afetada. Uma das soluções, segundo Dalos Rodríguez Vargas, procurador estadual para o Meio Ambiente, seria fazer alterações no curso do rio.
“Precisamos reorientar o curso, mas que a água continue correndo por onde corria, pois o rio é uma fonte importante de abastecimento”, explicou Vargas.
É uma corrida contra o tempo e algo precisa ser feito antes que termine a temporada de estiagem, período em que os habitantes da região estão já acostumado a um menor nível do rio.