Caiu a casa, caiu a máscara, caem também Dilma e Lula na delação premiada
Publicado
emFelipe Meirelles
A edição virtual da Revista Época, do grupo Globo, divulgou na noite desta segunda-feira, 18, uma notícia-bomba que pode deixar ainda mais delicada a situação da presidente Dilma Rousseff e do seu candidato a chefe da Casa Civil, Luis Inácio Lula da Silva. Segundo a publicação, os dois foram citados em delação premiada como artífices de um projeto para melar a Lava Jato.
A delação, já homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, é de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral, o ex-petista que esteve preso na Lava Jato por tentativa de obstruir a Justiça. O delator falou sobre uma conversa entre Dilma e Delcídio. A presidente, segundo a delação, revelou ao senador a intenção de indicar o advogado Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça, onde agiria no sentido de atrapalhar as investigações comandadas pelo juiz Sérgio Moro.
A ordem expressa de Dilma, ainda de acordo com o depoimento de Diogo Ferreira citado por Época, seria no sentido de proteger os executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. A delação do chefe de gabinete corrobora palavras do próprio Delcídio, acatadas por Zavascki na delação do senador homologada em março. A participação do atual advogado-geral da União, à época ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também é citada no documento.
Na delação, segundo avaliação da revista, Ferreira também complicou ainda mais a situação do ex-presidente Lula e do filho do pecuarista José Carlos Bumlai, Maurício Bumlai, trazendo ambos para o centro das tentativas de impedir a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Diogo Ferreira revela ter participado de encontros com Maurício, de quem recebeu dinheiro para ser entregue à família de Cerveró. Foram três parcelas de R$ 50 mil feitas por meio do advogado de Cerveró, Edson Ribeiro. Os pagamentos foram efetuados em São Paulo. As provas apresentadas pelo chefe de gabinete são representadas por trocas de mensagem de áudio e WhatsApp, combinando o local das entregas. Segundo a delação de Delcídio, Lula seria principal articulador da estratégia de “comprar o silêncio” de Cerveró.