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Caixa para por 24 horas e sindicato manda recado

A hora é agora. Por condições seguras de trabalho e de atendimento na pandemia, por prioridade na vacinação, por mais contratações, pelo pagamento correto da PLR Social e contra as investidas do governo para privatizar o banco, os servidores da Caixa Econômica Federal farão uma greve de advertência nesta terça, 27. A paralisação é de 24 horas.

A paralisação será em todo o país. O movimento exige da direção da empresa mais respeito e valorização do seu corpo funcional. O estado de greve e a paralisação foram aprovados em assembleia remota específica realizada na semana passada e reforça o sentimento de insatisfação dos empregados com os desmandos do banco.

“O momento para mostrar a nossa indignação é agora. Chega de descaso e de ataques aos nossos direitos e ao patrimônio do povo brasileiro. Vamos dar um recado bem claro à Caixa”, convoca a diretora do Sindicato Rafaella Gomes. “Temos assistido a uma série de desmandos vindos da direção do banco contra os bancários e contra a própria empresa, e precisamos reagir com ainda mais força. Por isso, todos devem estar unidos em torno dessa causa e fortalecer o movimento”, acrescenta.

Desde o início da pandemia, o Sindicato cobra da Caixa medidas eficazes para garantir condições dignas de trabalho, como o reforço nos protocolos de biossegurança para o atendimento à população neste momento de crise sanitária causada pela covid-19, mas as respostas têm sido descaso e mais descaso. “Temos denunciado reiteradamente que os bancários estão na linha de frente arriscando a vida para garantir, por exemplo, o pagamento do auxílio emergencial a milhões de brasileiros, só que o banco está fazendo vista grossa para as nossas reivindicações”, aponta Antonio Abdan, diretor do Sindicato. “Exigimos prioridade no plano nacional de imunização”.

Privatização fatiada
A paralisação é também contra o que vem sendo denunciado de privatização fatiada, ou venda disfarçada do único banco 100% público do Brasil. “O mais novo alvo do governo Bolsonaro e de seu ministro banqueiro Paulo Guedes é a Caixa Seguridade, que na próxima quinta-feira (29) terá seu capital aberto. Os recursos obtidos com a venda serão devolvidos ao Tesouro Nacional, por meio dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs)”, denuncia Fabiana Uehara, coordenadora nacional da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária-geral do Sindicato.

A direção do banco pretende ainda criar uma subsidiária chamada Banco Digital (com outro CNPJ) e transferir para essa nova empresa todas as operações sociais do banco, como pagamentos do Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida (que será substituído pelo Casa Verde e Amarela).

“É mais um bem público sendo entregue à iniciativa privada, que não tem responsabilidade social alguma, apenas compromisso com o lucro”, complementa Fabiana.

Não bastasse tudo isso, a Caixa reservou ainda mais uma surpresa desagradável ao corpo funcional no mês passado, ao não pagar corretamente a PLR Social, o que deixou os trabalhadores ainda mais irritados. Economistas do Dieese perceberam uma diferença que chega a R$ 1.593,43.

“Motivos não faltam para cruzarmos os braços na próxima terça. Por isso, todos à greve”, conclama Rafaella Gomes.

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