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Descaso na mobilidade urbana

Calçadas esburacadas viram transtorno para pedestres e cadeirantes

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Autor/Imagem:
Marta Nobre - Foto de Arquivo

Brasília, a capital do Brasil, é uma cidade planejada, famosa por suas amplas avenidas, prédios modernos e monumentos arquitetônicos. Mas, por trás dessa fachada de modernidade, há um problema que passa despercebido por muitos: as calçadas esburacadas que cortam a cidade.

Para aqueles que se aventuram andar a a pé pela cidade, a experiência pode ser comparada a uma verdadeira trilha de obstáculos. Os buracos nas calçadas são armadilhas invisíveis, prontas para causar tropeços e quedas. É comum ver pedestres, principalmente idosos, desviando de um buraco aqui, saltando por cima de uma elevação ali, ou até mesmo optando por andar no asfalto, arriscando-se entre os carros, do que enfrentar as calçadas maltratadas.

Se para um pedestre comum as calçadas já são um desafio, para os cadeirantes a situação se torna ainda mais crítica. A cidade que deveria ser acessível para todos se revela excludente para aqueles que dependem de uma cadeira de rodas para se locomover. Rampas de acesso quebradas, desníveis bruscos e buracos enormes tornam o simples ato de sair de casa uma missão quase impossível. Muitos cadeirantes relatam que precisam escolher seus trajetos com extrema cautela, evitando ruas com calçadas mais problemáticas ou, em alguns casos, tendo que depender de ajuda para atravessar trechos mais complicados.

Essa situação é agravada pela falta de manutenção regular. As calçadas vão se deteriorando aos poucos, e, quando finalmente recebem algum reparo, muitas vezes é um trabalho malfeito, que não resolve o problema a longo prazo. Além disso, a responsabilidade pela manutenção das calçadas, que muitas vezes recai sobre os proprietários dos imóveis, nem sempre é cumprida, seja por desconhecimento ou por negligência.

É irônico pensar que em uma cidade planejada, onde tudo foi meticulosamente desenhado para funcionar em harmonia, as calçadas, um elemento tão básico do espaço urbano, sejam tão negligenciadas. Enquanto as autoridades não tomarem medidas efetivas para resolver esse problema, os pedestres e cadeirantes de Brasília continuarão enfrentando uma dura batalha diária pelas ruas da capital.

Brasília, com todo o seu charme arquitetônico, ainda precisa cuidar de seus alicerces mais simples: as calçadas que sustentam o caminhar de seus cidadãos. Até lá, cada passo dado pelas ruas da cidade será um lembrete do quanto ainda temos que caminhar para alcançar uma verdadeira cidade inclusiva.

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