Famílias beneficiárias do auxílio-aluguel pago pelo governo do Distrito Federal (GDF) ocuparam a sede da Secretaria de Fazenda, na região central de Brasília, nesta terça (11). Segundo Edson Silva, um dos dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), organização responsável pela manifestação, o ato é um protesto contra o atraso no pagamento do auxílio nos dois últimos meses.
“O benefício para ajudar as famílias do MTST que não tem casa não foi pago nem em outubro, nem em novembro. Há famílias sendo despejadas por falta de condições de pagar o aluguel. Há, inclusive, casos de proprietários retendo as coisas dessas pessoas despejadas”, explicou Silva. Cada família beneficiária recebe, segundo o militante, R$ 600 mensais. De acordo com Silva, cerca de mil famílias de regiões administrativas como Ceilândia, Planaltina e Brazlândia, entre outras, estão sendo prejudicadas pelo atraso e participam da ocupação.
“Queremos que o governo pague imediatamente os auxílios atrasados e que continue pagando o auxílio aluguel até que as prometidas casas populares sejam entregues. Vamos permanecer aqui até resolvermos esse problema. Trouxemos barracas e alimentos e estamos preparados para dormir aqui se for preciso”, acrescentou Silva.
Além de exigir o pagamento do auxílio, o MTST também critica a ameaça de descontinuidade de serviços sociais prestados pelo GDF. Embora o Executivo da capital federal não confirme, sinais de desequilíbrio nas contas públicas preocupam a população. Hoje, a Secretaria de Cultura confirmou que, este ano, não haverá a tradicional festa de fim de ano na Esplanada dos Ministérios. O cancelamento dos festejos se deve a um decreto de 24 outubro que suspende a contratação de fornecedores e a produção de eventos, entre outras medidas para economizar recursos públicos.
“O governo diz não ter dinheiro para a questão social, mas acabou de liberar milhões de reais para as construtoras do Estádio Mané Garrincha [reformado para sediar os jogos da Copa do Mundo de Futebol] e vai liberar outros tantos milhões para fazer uma prova da Fórmula Indy aqui em Brasília. Então, dinheiro tem”, mencionou Silva.
A Secretaria de Fazenda se limitou a informar que representantes da pasta receberiam as lideranças do movimento para negociar.