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Câmara entra para a história abrindo as pernas

A Câmara Baixa do Covil de Ali Babá deu uma grave demonstração de despudor e covardia ao manter a prisão de Daniel Silveira, ignorando a lucidez da defesa do advogado do deputado, que demonstrou em português claro a verdadeira razão daquela assembleia, sem a verborragia ininteligível dos votos de um Celso de Mello, Fachin e Marco Aurélio Mello ou as frases descoordenadas da disléxica Carmen Lúcia.

O que se viu no plenário foram discursos políticos e ideológicos, desconectados da real missão daquela seção plenária, onde a hipocrisia, marca registrada do Congresso Nacional, enterrou mais uma vez a desmoralizada Constituição Federal, ignorando a cláusula pétrea que assegura a liberdade de expressão, contida no artigo 5º, reforçada no artigo 53, o qual define que deputados e senadores “são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”, além de outros dispositivos do Código de Processo Penal.

Ademais, tornou-se patente no relatório de uma deputada anteriormente condenada por improbidade administrativa e em todas as falas da acusação, bem como de boa parte daqueles que deveriam defender a independência do Legislativo, a intenção patética de promover “lições de moral”, em total dissociação com a sua tarefa de analisar a legalidade de uma prisão em flagrante decretada à revelia dos diplomas legais.

Chegou a ser cômico, se não fosse trágico, assistir canalhas esquerdopatas como José Guimarães, preso com dinheiro na cueca, um Marcelo Freixo, apologista das drogas e da ideologia de gênero, além de um desfile de falsos puritanos e democratas do PT, PSOL, PCdoB, PDT e todos os puxadinhos comunistas.

Não há defesa para a falta de ética e de educação do deputado Daniel, o que não justifica a ilicitude da prisão efetuada com esse pretexto, apesar de ter sido ferido gravemente o decoro parlamentar que, diga-se de passagem, não é o forte de grande parte daquela casa. Chamou à atenção ver os partidos de esquerda alinhados, mesmo em defesa de conceitos que não praticam, mas com forte cunho ideológico, a ponto de fazerem, frequentemente, analogias ao presidente Bolsonaro, enquanto outros da “base aliada do governo” subiam no muro, liberando o voto das suas bancadas.

O episódio de de sexta-feira, 19, vem frustrar, nos primeiros minutos dos mandatos presidenciais no Congresso Nacional, a expectativa de novos rumos para a política, além de travar perigosamente abertas as pernas do Legislativo, permitindo uma penetração profunda da Suprema Corte nas entranhas de uma de suas mais caras prerrogativas que seria a independência dos parlamentares para proferir opiniões, palavras e votos.

A ditadura do Judiciário deu mais um largo passo para consolidar sua hegemonia sobre os demais Poderes, a despeito de terem sido conduzidos aos seus postos por apenas um voto de conveniência, em detrimento dos milhões de brasileiros que escolheram seus verdadeiros representantes, sejam eles de direita, de centro ou de esquerda. A verdade é que o Congresso apequenou-se e abdicou de sua honra, seu orgulho e sua autonomia, uns por medo e outros por ideologia.

Brasil acime de tudo, Deus acima de todos.

*Coordenador do grupo Guardiões da Nação

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