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Camilo cria vocabulário de 140 milhões para mercado publicitário

Uma escala intempestiva em Brasília está mexendo com o mercado publicitário do Oiapoque ao Chuí. Ou do Chuí a Fortaleza. Tudo em função de uma verba imediata estimada em 140 milhões de reais. O que se pretende, no fundo, é que o cearense Camilo Santana, ministro da Educação, reprove algumas agências e crie um vocabulário apimentado para situações pontuais.

Nesse imbróglio surgem mais cearenses de ‘cabeça chata’ (por favor, não entendam no sentido pejorativo, nem da galhofa; chata em função de tantos tapinhas, até provocar calvície). Os caciques são gaúchos e, claro, também do Ceará. Os pilotos da negociação dirigem a EBM Quinto. A agência, em função de suas fortes ligações camilianas, não entrou na concorrência para ganhar. E decidiu fatiar e leiloar os pedaços do bolo.

As vagas na licitação estarão garantidas a quem pagar mais alto por um acordo operacional de gaveta. As vencedoras serão três. O contrato é de cinco anos, totalizando 700 milhões de reais. E pode ser renovado por igual período.

Como não mantém uma representação permanente em Brasília, a turma da EBM, que sempre é reprovada na técnica e na criação – ficando do quinto pra baixo quando a escala é crescente -, fez lobby com bastante pimenta para garantir uma cereja sem sequer mexer nos ovos. De saco cheio, agências sérias decidiram apontar os erros (não são meros equívocos) de Camilo Santana, com a complacência do seu colega responsável pela péssima imagem do chefe Luiz Inácio.

Do jeito que estão pousando em Brasília, publicitários gaúchos tirarão dos cofres percentuais pra lá de 20%. Algo como um quinto de 100. O jogo é sujo. Essa barriga de aluguel vai acabar por arrancar a fórceps gente que supõe ter cadeira cativa na Esplanada dos Ministérios. Os comentários sugerem que Camilo manda passar uma borracha em tudo o que está acontecendo, ou teremos em Lula 3 o mesmo mensalão que colocou muita gente na prisão no Lula 1. Desta vez com muitas flores.

É isso aí, presidente. A Iracema de Camilo pode ficar suja com a lama dos Pampas. Como diria Adoniran, é bom ter cuidado ao atravessar o movimento do mercado. Se não for assim, voltará o refrão: Lula la… (sem acento, mas com reticências).

*Matéria alterada às 18h38 para acréscimo de informações.

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