Nova batalha
‘Caminhão de eleitores’ vai cobrar voto impresso na eleição
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emUm caminhão de eleitores, boa parte deles esclarecida, difunde e defende o voto impresso. A Lei 13.165/2015, Artigo 59-A, determina que a urna deve imprimir o registro de cada voto, depositado sem contato manual do eleitor. Se a imprensa tiver o menor senso de responsabilidade, então está impedida de opinar tendenciosamente, porque o assunto é um saco de gatos.
Basta uma simples pesquisa de opiniões de especialistas para entender que a segurança do escrutínio pode não estar na solução proposta e aprovada pelo deputado Jair Bolsonaro.
Um aprofundamento a mais, muitos vão dar razão a Bolsonaro e a milhões de brasileiros que desacreditam das teclas mágicas das maquininhas, que dão o resultado continental das eleições em poucas horas. O argumento para o dispositivo físico é forte: não há como auditar eletronicamente as urnas.
O problema técnico é que também não há como auditar o voto impresso. Essa é a conclusão quando especialistas notórios como o professor Diego Aranha, que conhece de cor e salteado o nosso sistema, diz que a vulnerabilidade mais evidente reside nos mesários que votam pelos ausentes. Aranha testou o sistema. Aparentemente desistiu dele e do TSE, porque o professor foi desconvidado, dizem, de testar nossas urnas por trabalhar para a CIA, Mossad, KGB, ou é parceiro de Edward Snowden, segundo boatos da esquerda. Um perigo!
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para suspender o voto impresso. Essa ação de inconstitucionalidade encaminhada ao STF tem como relator o digníssimo Gilmar Mendes. A decisão está marcada para o dia 6 de junho. Pode ser que a análise esteja contaminada por baratas, vai saber. Mas sobre isso o Brasil já formou opinião e o problema é dele e de suas decisões, de acordo com a população, que para ele não tem a menor importância.
O TSE acatou a decisão congressual de forma debochada: teremos 30 mil urnas com o voto impresso em 2018. Bem ou mal, está cumprindo 5% do que determina a lei. São 23 mil operacionais e 7 mil reservas. Os principais Estados – MG, RJ, SP – receberão 9.641 urnas com voto impresso e o Distrito Federal, 322. Percentuais para inglês ver.
Pelo “alarmante” valor de pouco mais de R$ 50 milhões, segundo Dodge, que não fez a conta de quanto custam as eleições como um todo: bilhões. Chama a atenção o valor unitário anunciado do novo equipamento, cerca de US$ 800 (mais de 3 mil reais). Uma boa TV smart, 4k, interativa, que dá boa noite para o proprietário e faz pipoca com manteiga, não passa de R$ 2 mil em qualquer magazine em suaves prestações.
Ô, senhora Dodge, alô TCU, vamos pesquisar quanto custa o equipamento com impressora no mercado internacional antes de argumentar que o Brasil não suporta essa despesa. Temos que cumprir a lei, mesmo que equivocada. Não é assim que funciona? Aliás, não é assim que não funciona? Se das 600 mil urnas que serão utilizadas em outubro, apenas 5% delas terão o voto impresso, caso esse dispositivo seja seguro, teremos ainda 95% de urnas vulneráveis, supostamente, para satisfazer os excelentes técnicos e mandatários brasileiros que não podem nem ouvir falar em auditorias independentes.
Acreditam nossas autoridades que pode ser que seja espionagem do Trump ou do Putin. Ou as duas coisas. Vamos lá, Brasil, o curral agora será mais cibernético do que nunca. Esse é um país moderno! Vixe…